domingo, 7 de outubro de 2012

PRINCIPAL CAUSA DA MORTALIDADE DAS EMPRESAS ESTÁ NA QUALIDADE DA GESTÃO

Entrevista dada por ZAÍRA VASCONCELOS, administradora e business Coach, a Mariana Mendes. *

Quais os fatores de risco levam as empresas à falência? Quais os erros mais frequentes cometidos pelas PMEs? E como evita-los?

A principal causa da precoce mortalidade das empresas de pequeno porte está na qualidade da gestão implementada pelos donos. Devemos entender como gestão um conjunto de habilidades relacionadas, sobretudo a planejamento, marketing, gestão de pessoas. Incrivelmente, não são a falta de linhas de crédito, os elevados custos dos tributos e encargos sociais ou dificuldades com a concorrência que mais contribuem para a morte das empresas. Esse indicador deveria cair à medida que mais conhecimento e ações de capacitação são disponibilizadas. Mas ainda teremos que conviver com essa dura realidade, sobretudo por conta do perfil dos governos e suas motivações para o empreendedorismo.

Quais as principais dificuldades de uma PME se desenvolver no mercado brasileiro? E no mercado baiano?

A maioria das empresas desse porte não tem um planejamento do negócio, não tem metas de crescimento. Segue o fluxo natural do mercado. Se tudo vai bem, as empresas seguem, como estamos acostumados a ouvir “na luta, sobrevivendo”; se o cenário econômico para seu segmento vai mal, as empresas quebram. A quebra de paradigmas, crenças limitantes e mesmo mudança de hábitos requerem um acompanhamento mais de perto e cotidiano. Os problemas não estão localizados na natureza do mercado brasileiro ou baiano. Claro que um cenário de efervescência macroeconômica facilita o processo reduzindo os esforços individuais de desenvolvimento, passando a ser um esforço coletivo e compartilhado entre o poder público e as empresas privadas. Mas isso é uma longa história...

Muitas vezes, pequenas empresas iniciam seus negócios sem fazer um planejamento. Qual a importância do plano de negócios para essas empresas?

Eu diria que é vital. Primeiro é fundamental saber aonde desejamos chegar. Sem um plano de metas fica difícil traçar um objetivo. Uma vez sabendo aonde se quer chegar, a missão agora é traçar o caminho.

Atualmente, quais os principais desafios de gestão dentro de uma PME?

Minha experiência demonstra que o principal desafio do dono do negócio é se desapegar do “ofício” e passar a dedicar seu tempo à estratégia do negócio.

Em que as PMEs ainda precisam investir para se destacar no cenário econômico?

Num coaching... Para ajuda-los a fazer a migração do modelo mental de autoempregado, para empresário.

Qual a relevância do coaching em uma pequena e média empresa? E do business Coach?

Um Coach tem uma abrangência grande de atuação, apoiando o desenvolvimento de pessoas quer no âmbito de sua vida como indivíduo, como executivo de empresas (intraempreendedor) ou como dono do próprio negócio. O business Coach ou coaching empresarial é um treinador de empresário, portanto agrega não só o dono da empresa, como também reflete sobre a organização.

O que fazer para um negócio dar certo?

Acredito que essa é a resposta que todos gostaríamos de ter. Posso dizer que essa era a minha pergunta no momento em que, como empresária do setor de TI, me via dentro do prazo das estatísticas do Sebrae. O que aprendi nesse tempo é que o que faz dar certo não pode garantir, mas o que colabora para o sucesso dos negócios é gestão de qualidade (planejamento, domínio das finanças, domínio da entrega – qualidade de processos e produtos, marketing), além de foco e disciplina.

*Publicada no jornal A TARDE, de 07/10/2012, Caderno Concursos & Negócios – Empregos.

sábado, 29 de setembro de 2012

AS PESSOAS FAZEM A DIFERENÇA


Tanto para o país quanto para as empresas, o caminho mais direto para avançar é aprimorar o capital humano, concluíram os debatedores do quarto EXAME Fórum. / Humberto Maia Junior

Há pouco mais de 100 anos, o inglês Alfred Marshall, um dos maiores economistas de todos os tempos, responsável por sistematizar a ideia de que o valor de um produto é determinado por sua procura e pelo custo de produção (um princípio hoje banal), afirmou: “O mais valioso entre todos os capitais é aquele investido em seres humanos”. Marshall demonstrava toda a sua confiança no fator mais importante para o desenvolvimento de uma nação – as pessoas que nela vivem. A necessidade de o Brasil ampliar o investimento na qualificação de sua população foi a tônica da quarta edição do EXAME Fórum, realizado em 14 de setembro, em São Paulo, para uma plateia de 430 empresários e executivos. O tema do encontro foi “O Brasil e as empresas brasileiras no novo cenário mundial”. Em três painéis, capitaneados por dois economistas americanos e dois ministros do governo Dilma, foram debatidos os principais problemas da economia do país, como a alta carga tributária, burocracia paralisante, excesso de protecionismo e falta de regras claras para os investimentos. Como ponto comum, ficou patente que, para o avanço tanto das empresas quanto da economia, é fundamental dar atenção aos brasileiros, os responsáveis por produzir a riqueza – e, em última instância, os beneficiários dos resultados conseguidos. “O Brasil ainda tem vários problemas, mas o ponto em que realmente destoa da maioria dos países é o baixo investimento em pessoas”, disse, na abertura dos debates, Paul Krugman, professor da Universidade de Princeton e ganhador do prêmio Nobel em 2008.
Investir nas pessoas significa dar a elas condições para que possam prosperar e viver com qualidade. O Brasil ainda tem índices sociais sofríveis: cerca de 20 em cada 100 crianças morrem antes de completar 1 ano. Quase metade das residências brasileiras não está ligada à rede de esgoto. E cerca de 15% dos brasileiros com mais de 25 anos estão enquadrados na categoria “sem nenhuma instrução escolar”. Recentemente, o governo anunciou algumas medidas para impulsionar os investimentos em infraestrutura e outras para cortar custos das empresas. São medidas importantes – fundamentais, diga-se – para a modernização da economia. E devem vir acompanhadas por investimentos nas pessoas. “Construir fábricas ou estradas é importante. Mas, se eu dissesse onde um país mais tem de investir, seria nas pessoas”, disse Krugman. “Elas podem fazer o país do futuro”. Um dos melhores investimentos é aprimorar o nível de ensino. Os avanços obtidos, como a universalização da presença nas escolas, ainda são insuficientes para a competição com outros países. “Nossa evolução foi mínima”, disse Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do conselho de administração do grupo Gerdau. Sua conclusão se baseia na comparação com o padrão de nações mais desenvolvidas. “Que tipo de pessoas precisamos para ser competitivos? Eu quero o cidadão sul-coreano”, afirmou Gerdau, referindo-se ao ganho de produtividade do país asiático obtido  após investimentos na melhoria do ensino. Um estudo do economista Eric Hanushek, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, mostrou que países com bom desempenho dos estudantes em testes cognitivos apresentam crescimento da renda maior do que aqueles em que os alunos tiram nota baixa. Ele afirma que a melhora de 25 pontos nos resultados do Pisa, exame feito pela OCDE (cuja média dos países ricos é 500), resulta em aumento de 0,5 pontos percentuais na taxa anual do PIB per capta. Uma projeção considerando a manutenção desse ganho por 80 anos resultou num PIB três vezes maior. “No longo prazo, o investimento que faz a diferença é na educação”, diz Hanushek.
Paul Romer, da Universidade de Nova York, outro convidado do EXAME Fórum, defendeu a tese de que os governos devem ser “pequenos e fortes”. Ao Estado cabe, por exemplo, o papel de órgão regulador. “Quando pedem a um governo para fazer muito, ele deixa de fazer o básico”, diz Romer. E o que seria o básico? Romer faz analogia entre o papel do Estado e o da área de recursos humanos de uma empresa. “Os governantes devem atuar da mesma maneira que um diretor de recursos humanos”, diz ele. “Devem criar políticas para reter e trazer novos talentos ao país, além de garantir que recebam treinamento e estejam saudáveis”. Outro caminho para o desenvolvimento das pessoas é o trabalho. “Num emprego formal, o funcionário tem contato com gerentes qualificados e boa tecnologia” diz ele. “Não deixa de ser uma escola com grandes oportunidades de aprendizado”. Pesquisas indicam, por exemplo, que os mexicanos que passaram um ano trabalhando nos Estados Unidos ganham 10% mais ao voltar ao México – reflexo do que aprenderam no mercado americano. Felizmente, o Brasil avançou nesse quesito: nos últimos dez anos, foram criados 15 milhões de empregos formais.
O estímulo às pessoas é ainda mais importante num cenário de crise global. Krugman prevê que estados Unidos e Europa levarão anos para o retorno à estabilidade. Do lado de cá do Atlântico, o problema é agravado pela rivalidade extremada entre os partidos políticos Republicano e Democrata, o que dificulta a aprovação de medidas para a recuperação. Ele afirma que, num cenário otimista, os Estados Unidos só retomarão o crescimento pré-crise no fim do próximo mandato presidencial, em 2016. A Europa, onde o quadro é mais grave, depois disso. É nesse cenário que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, aposta no crescimento de 4% da economia brasileira em 2013. Mantega prevê que, no próximo ano, as medidas de incentivo adotadas em 2012 surtirão o efeito desejado. “O Brasil é hoje um país mais competitivo e um dos únicos com chance de crescimento”, disse ele. Será ainda mais se investirmos nas pessoas. Como disse em seu discurso Roberto Civita, presidente do conselho de administração do Grupo Abril, que edita EXAME, são os “esforços e a ousadia de homens e mulheres livres para empreender e melhorar de vida que estão por trás dos avanças ocorridos no mundo nas últimas décadas”.
É o que o Brasil deve perseguir.

Publicado na Revista EXAME, Edição 1.025, Ano 46, Nº 19, de 03/10/2012. 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

CURSOS DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM SALVADOR - BAHIA


A Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão – FAPEX com o objetivo de expandir sua atuação como realizadora e fomentadora de ensino, pesquisa e extensão oferece cursos de curta duração cuja perspectiva é a educação continuada de profissionais atuantes no mercado.

Os cursos, ministrados em turmas abertas, e também “in company”, objetivam alavancar conhecimentos e habilidades para auxiliar a tomada de decisões e aprimorar o processo decisório estratégico, bem como informar sobre as ferramentas de gestão mais adequadas.

A Habilitas Consultoria e Serviços em Gestão Empresarial, através de seu sócio-Diretor, Professor Plínio José Figueiredo Ferreira, assumiu a coordenação e aplicação dos conteúdos programáticos, bem como a supervisão das atividades docentes.

A estrutura temática definida abrange as seguintes áreas:

Administração Estratégica
Administração Contábil e Financeira
Administração Pública
Gestão de Projetos
Gestão de Pessoas
Tecnologia da Informação

Mais informações podem ser obtidas através dos sites www.fapex.org.br e www.habilitasconsult.com

terça-feira, 28 de agosto de 2012

NERVOS A FLOR DA PELE – ESTRESSE


Por João Humberto de Azevedo

Considerado o mal do século, o estresse não é propriamente o problema. O problema é como lidamos com ele e o que nomeamos como sendo algo estressante.

Criativo; ótima comunicação; competente; disposto; grande poder de concentração; sabe mandar e receber ordens, ouvir e se colocar; é capaz de estimular o crescimento do grupo e dos indivíduos, além de almejar o crescimento também para si e para a empresa. Você conhece este semideus?

Ele tem boa aparência e alto grau de compreensão do comportamento humano; sabe lidar com ataques histéricos de seus patrões; não se abala quando chamado de incompetente; mostra tranquilidade quando é colocada sobre seus ombros a responsabilidade de um erro a respeito de algo que na verdade não lhe competia; tem alto poder de análise e um emocional impecável. Pois saiba que este é o perfil daquele que as empresas consideram o “bom profissional”.
Tensões e demandas pessoais e profissionais são os fatores de estresse no ambiente de trabalho. E quem não as sente provavelmente não será deste planeta. Pesquisa da Accountemps – empresa estadunidense especializada em recrutar profissionais temporários, realizada junto a um grupo de Chief Financial Officers (CFO’s) demonstrou que a maioria dos entrevistados (41%) considerou que conciliar demandas pessoais e profissionais era a principal causa do estresse e que fatores relacionados com as políticas da empresa e conflitos com colegas de trabalho eram apenas o segundo fator de estresse (28%). Ao contrário do que pensavam muitos experts no assunto, as longas jornadas de trabalho e a lista excessiva de atribuições estão longe de serem as principais causas de estresse – somente 9% e 2%, respectivamente, dos entrevistados indicaram esses dois fatores.

Vera Calvet, fundadora do Instituto Ráshuah do Brasil (IRB), mestra em Filosofia, concorda em parte com os dados da pesquisa, mas ressalta que entre as causas emocionais do estresse no ambiente de trabalho e na vida pessoal estão três importantes fatores: alto padrão de exigência pessoal, medo e frustração. “O perfil do que as empresas consideram ser de um bom profissional passa por características de semideuses”. Vera acrescenta que o bom profissional deve sempre estar pronto para se dedicar de corpo e alma à empresa, sem hora para terminar um serviço e jamais deixar que os seus problemas pessoais interfiram em seu trabalho. Precisa saber lidar com as constantes frustrações positivamente e jamais temer, pois tem confiança, coragem, ímpeto, bom humor e vitalidade contagiante. O profissional-modelo também não fica doente ou cansado, nunca falta ao trabalho e tem prazer em trabalhar durante suas férias quando requisitado. Existirá algum terráqueo assim?
“Quando se trata de uma mulher, a perfeição é que ela não tenha filhos e, de preferência que nunca engravide. E o mais importante, esse profissional perfeito não deve ganhar acima do que a empresa acha que vale o seu trabalho, ou que esteja disposta a pagar”. É realmente longa a lista dos poderes desse super-herói imaginário. “Como se não bastasse este padrão utópico de profissional, têm sido estabelecidos também altos padrões para diversos setores de nossas vidas, pois existem padrões estéticos onde a beleza física é um padrão, padrões de relacionamentos perfeitos, etc.”, complementa Vera e questiona: “Como não viver em permanente estado de medo e frustração diante de tamanhos absurdos”?

Ao consultório da terapeuta, a maioria dos pacientes chega com sintomas físicos bastante acentuados, outros com sintomas emocionais devastadores para seus relacionamentos pessoais ou profissionais. “O estresse não é propriamente uma doença, mas um estado do organismo quando submetido ao esforço e à tensão. Diante de uma situação estressante, o corpo sofre reações químicas que preparam o organismo para enfrentar este desafio. O prejuízo, entretanto, acontece quando essas situações são contínuas e o organismo começa a sofrer com as constantes reações químicas que se sucedem, sem que haja tempo para a eliminação dessas substâncias e sem o tempo necessário para o descanso e recuperação física e emocional”, explica Vera.

O que é estresse?

O Dr. Vladimir Bernik, psiquiatra, coordenador da Clínica de Estresse de São Paulo, fez um relato interessante no site www.cerebromente.org.br, para explicar o que é estresse. Diz ele que o mundo surpreendeu-se com a notícia de que a espaçonave russa – estação espacial Mir (Paz) – ficara sem energia por uma ordem errada do comandante Vladimir Tsibliev. O médico que cuida dos tripulantes, Igor Goncharov, explicou com a maior naturalidade que o engano fora resultante do estresse do comandante. Nunca a palavra estresse ganhou tamanha notoriedade em circunstâncias tão dramáticas. “E o que é estresse”? indaga Bernil no artigo, para em seguida explicar que não há ainda uma definição nos compêndios de patologia médica e busca no dicionário Aurélio uma definição de estresse (em bom português): "o conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa, e outras capazes de perturbar a homeostase (equilíbrio)”. Hoje o termo estresse é amplamente usado na linguagem atual e nos meios de comunicação. Designa uma agressão, que leva ao desconforto, ou as consequências desta agressão.

Hans Selye, o criador da moderna conceituação de estresse, considera o estresse fisiológico como uma adaptação normal; quando a resposta é patológica, em indivíduo mal adaptado registra-se uma disfunção, que leva a distúrbios transitórios ou a doenças graves e, no mínimo, agrava as já existentes e pode desencadear aquelas para as quais a pessoa é geneticamente predisposta. “Aí se torna um caso médico por excelência. Nestas circunstâncias desenvolve-se a famosa síndrome de adaptação, ou a luta e fuga (fight or flight)”, de acordo com o próprio Selye. Para ele “o estresse é o resultado de o homem criar uma civilização que ele, o próprio homem, não mais consegue suportar”. Há estudos demonstrando que atualmente o estresse atinge cerca de 60% de executivos, e tem sido chamado de doença do século ou doença do terceiro milênio. Trata-se de um sério problema social e econômico; trata-se de uma preocupação de saúde pública. O estresse ceifa pessoas ainda jovens, em idade produtiva e geralmente ocupando cargos de responsabilidade, imobilizando e invalidando as forças produtivas e excluindo-as das atividades necessárias ao desenvolvimento de um país. Segundo o Dr. Bernik, não se sabe exatamente a incidência no Brasil, mas nos Estados Unidos são gastos de US$ 50 a US$ 75 bilhões por ano em despesas diretas e indiretas. Isto significa uma despesa de US$ 750 por ano por pessoa que trabalha. “A vulnerabilidade hereditária, aliada à preocupação com o futuro, num tempo de incertezas, de um país que estabiliza a moeda, mas aumenta o número de desempregados – ao mesmo tempo em que a qualidade de vida piora – existem os medos do empobrecimento, do envelhecimento em más condições, além de alimentação inadequada, pouco lazer, falta de apoio familiar e consumismo exagerado. Todos são fatores pessoais, familiares, sociais, econômicos e profissionais, que originam a sensação de estresse e seu consequente desencadeamento de doenças, de uma simples azia à queda imunológica, que pode predispor infecções e até neoplasias”.

Os sintomas

A terapeuta Vera Calvet observa que por não ser exatamente uma doença, os sintomas do estresse são indefinidos e ao mesmo tempo abrangentes. “Podem ir de uma dor de cabeça, distúrbios do sono, irritabilidade, cansaço, dificuldade de concentração ou tensão muscular, até dificuldades respiratórias, dificuldade de memória, problemas digestivos, pressão alta, problemas cardíacos, e até mesmo distúrbios psíquicos como síndromes, depressão e pânico”.
Ela esclarece que existem diferentes gradações e sinais que podem ser atribuídos ao estresse, embora todos nós estejamos expostos a ela diariamente. Algumas pessoas não são tão suscetíveis em um primeiro momento, outras não notam tão claramente a pressão emocional que estejam sofrendo até que adoeçam ou sofram algum tipo de desequilíbrio emocional, e há ainda as que, ao contrário, são extremamente suscetíveis.
“Existem outros sintomas mais sutis, mas esses são os principais que podemos citar como bons sinais de alerta”, complementa. Mas, ela pondera que é possível gerenciar o estresse, mesmo porque ele faz parte da vida cotidiana, uma vez que vivemos em sociedade e todas as nossas ações vão interferir na vida de outras pessoas. “A menos que se torne um eremita, mesmo assim terá seu próprio nível de estresse, pois para nos suprir, precisamos lidar com as exigências cotidianas da vida social que temos. O estresse não é propriamente o problema. O problema é como lidamos com ele e o que nomeamos como sendo algo estressante! O que é extremamente estressante para uns, não é para outros! Daí, podemos concluir que a única forma de lidarmos com o estresse é nos conhecermos cada dia mais para sabermos detectar onde estamos exigindo de nós mesmos, mais do que poderíamos".
Como lidar com o estresse no ambiente de trabalho? “As exigências estão aí e fazem parte da vida cotidiana. Mas o quanto conhecemos de fato a nós mesmos, o quanto estamos conscientes de nossos poderes e limites, o quanto podemos reconhecer o que nos traz felicidade e realizações profissionais de verdade, o quanto estamos dispostos a correr riscos ou pagarmos o preço de nossas atitudes, enfim, o quanto temos de poder de adaptação e autoconhecimento é que é a chave para lidarmos com o estresse”, ressalta Vera e aconselha: “Procure investigar a verdade de seus sentimentos e desejos! Lembre-se de que, em média, das catorze horas que passamos acordados por dia, 80% delas são destinadas à locomoção e ao trabalho. Seu trabalho precisa ser prazeroso”.
Vera costuma dizer a seus alunos que estamos diante do enigma da grande esfinge: Decifra-me ou eu te devorarei! “E a esfinge, somos nós! A esfinge é você! Decifre a si mesmo ou poderá ser devorado pelo personagem que criou, sem perceber! Preste atenção aos sintomas de que sua vida esteja mais estressante do que suporta! Preste atenção ao medo e às frustrações. Faça uma auto-observação e, principalmente, tome uma atitude consciente, agora! Você merece! Faça isso por si e pelas pessoas a sua volta! Conhecer a si mesmo pode ser o melhor e mais gratificante que terá em sua vida”!

Como administrar o estresse

Pressão para o cumprimento de metas, reuniões, trânsito, entre outros, são responsáveis pelo estresse que afeta o rendimento e as relações do profissional no ambiente de trabalho. De acordo com dados da Iternational Stress Management Association (ISMA-BR), o estresse afeta 70% dos brasileiros, sendo que 30% sofrem com níveis elevados. Algumas medidas simples podem minimizar este mal que afeta tantos trabalhadores brasileiros:
Respirar fundo nos momentos mais complicados;
Deixar a mesa de trabalho por alguns minutos para tomar água ou café é outra medida importante para gerenciar a pressão;
Sair do foco do assunto gerador do estresse, mesmo que por pouco tempo;
Realizar atividades que permitam que o profissional se “desligue” dos problemas, como: exercícios físicos, yoga, ouvir música ou simplesmente assistir TV.
Além disso, os terapeutas ocupacionais dão algumas dicas para administrar melhor o estresse: organize seu tempo e faça dele um aliado; trabalhe naquilo que lhe dá prazer; equilibre trabalho e lazer; reserve tempo para si mesmo; substitua os pensamentos negativos por positivos, mudando a forma de pensar; descanse adequadamente à noite; procure alguém para conversar ou desabafar; ajude alguém, isso melhora a sua autoestima.

Publicado na Revista Brasileira de Administração.
Edição nº 89. Julho/agosto 2012.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

RISCOS QUE NÃO CORREMOS, RESULTADOS QUE NÃO ATINGIMOS


Por Ivan Postigo

Nossa mente é impressionante. Uma palavra, uma imagem, nos remete a análise de situações que sequer estávamos levando em consideração naquele instante.
Por essa razão, a melhor forma de “turbinarmos” nossa criatividade e melhoramos nossos resultados é nos colocarmos em movimento.

Há momentos em que, mesmo nos dedicando para encontrar a solução para um problema, nos sentimos presos num labirinto. A pergunta é: O que fazer?

 Pare! É hora de sair, conversar, olhar a questão sob um novo ângulo.

Dia desses convidei meu filho para acampar, enquanto ele ria e me dizia que achava que estava numa nova fase, do conforto, frigobar e dos lençóis limpos, um filme passava pela minha cabeça.

“Via e ouvia”, nitidamente, seus amigos chegando à nossa casa, dizendo que haviam passado nos vestibulares, em escolas que não imaginavam um dia conseguir aprovação.

A frase era sempre a mesma: “Nossa, nunca imaginei conseguir!”.

Uma verdade para o lado consciente, uma inverdade para o inconsciente.

A voz interior, aquela que deixamos de ouvir, dizia a eles para estudarem, fazerem as inscrições para os vestibulares, realizarem as provas e irem ver os resultados; enquanto o lado consciente dizia, tudo bem, mas não vai dar certo!

Quando eu lhes perguntava: “Você nunca acreditou nisso, então porque fez a inscrição e as provas?”.

Acredite, a resposta sempre era: “Ah, lá no fundo eu tinha uma pequena esperança!”.

Na vida tudo é assim. Temos que nos preparar, mas principalmente dar ouvidos à voz interior e uma chance àquela pequena chama: a esperança. 

O tempo passa, nos formamos, nos tornamos profissionais e cada vez ouvimos menos a voz interior.

Isso me remeteu a outra questão, a dos resultados de muitas empresas e como são administrados.

Os primeiros meses do ano não lhes trouxeram uma contribuição satisfatória, o semestre praticamente se encerra sem nenhuma mudança no panorama, e pior, não conseguem prever o que vai acontecer daqui para frente.

Uma correção! Conseguem sim prever, mas não se arriscam a colocar no papel e enfrentar a questão.

Empresas com essa configuração são dependentes de uma melhoria substancial no mercado. A voz interior já está lhes dizendo que nesse ritmo os resultados serão os mesmos, há necessidade de ação.

O “planejamento” que fazem são cópias fiéis do cenário desenhado para o ano que se encerrou, apesar de não tê-los atingidos.

Um plano, partindo da base zero, estabelecendo novas metas e compromissos, traz um enorme risco.

No mundo dos negócios duas coisas são constantes: mudanças e riscos. Resultados diferentes jamais serão conseguidos com as mesmas atitudes.

Imagine o atleta que treina para uma olimpíada. Ele terá aquela chance, só aquela.

Alguns esportes são coletivos, mas o que dizer dos individuais?

Nos negócios, como no esporte, as regras são: Aprenda, treine com os melhores, estabeleça suas metas, se comprometa , vá lá e traga o resultado.

Considere que você como gestor é um atleta olímpico e terá pela frente seus concorrentes nessas provas, que medalha acredita que conseguirá este ano?

Você já conhece as regras, está procurando aprender, tem estudado as questões que dificultam sua empresa de obter melhores resultados, tem procurado os melhores colaboradores, já estabeleceu suas metas, está comprometido?

Ótimo, agora ação! 

Sem correr os riscos não obterá os resultados. Corra, salte, nade, faça o que o seu esporte determina, mas se arrisque a conseguir uma medalha!


Ivan Postigo é Economista, Bacharel em Contabilidade, Pós-graduado em Controladoria pela USP. Diretor da Postigo Consultoria de Gestão Empresarial. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.
















  

sábado, 26 de maio de 2012

CURSO NO MÊS DE JUNHO


Discutir a gestão de custos como estratégia gerencial, e como técnica auxiliar na identificação dos componentes que influem na formação do preço de venda, visando obter vantagem diferencial e competitiva.

Data: 18, 19 e 20 de junho de 2012
Horário: 09:00h às 17:00h
Local: Centro de Desenvolvimento Profissional do CRA-BA
Carga Horária: 20 horas
Maiores Informações:


terça-feira, 15 de maio de 2012


QUALIDADE, UM ASSUNTO ULTRAPASSADO.

Por Ivan Postigo

De tempos em tempos, há assuntos que vêm à tona e se tornam moda, já perceberam? Não porque tenham mais ou menos importância, mas um artigo, um livro, um curso passou a chamar a atenção.

Citando apenas alguns, tivemos períodos de grande divulgação da reengenharia, PPCP (planejamento, programação e controle de produção), controle de custos, formação de preços, ISO, e, com grande alarde, qualidade com seus controles e círculos.

Passado esses ciclos as empresas deixam de praticá-los?

Não, evidentemente que não. De forma nenhuma. O que ocorre é que o mercado prepara profissionais, com treinamentos e experiências práticas, quer em suas empresas ou em empresas especializadas, e a questão que era teórica se torna concreta e bastante óbvia.

As organizações com vocação maior para os avanços da gestão rapidamente aprendem e se adaptam à nova realidade. Vêm depois as empresas que aguardam a consolidação do assunto, e por último aquelas que demoram a perceber e aceitar a importância prática da abordagem.

Alguns temas retornam tempos depois com outra roupagem. Dessa forma, poderíamos questionar qual a vantagem de nos envolvermos novamente com eles?

Acredito ser fundamental colocarmos a organização sempre num processo de reflexão, o que é bem diferente de efetuarmos a revisão de uma técnica implantada.

Poderíamos considerar, então, que uma técnica se desgasta?

Vamos encontrar opiniões que dirão sim, outras que dirão não.

Prefiro considerar que esta se torna óbvia. Com isso, muitos debates praticamente são desnecessários. Primordial, quando aceitas e bem entendidas, é sua implementação. As empresas implantam as técnicas sob supervisão de especialistas, depois as moldam à suas culturas.

Esse conceito fica bem claro, quando falamos de custos, embora sirva para qualquer técnica, no livro extremamente interessante escrito por Thomaz H. Johnson, sob o título Relevance Lost: The Rise and Fall of management Accountig.  A abordagem é sobre o ganho e perda de relevância dos modelos de gestão na área de custos.

As últimas informações que tive dão conta que já foi traduzido para o português, uma busca pelo nome do autor pode confirmar.

O conceito de que excelência em qualidade é fundamental correu o mundo e fez de um pequeno país, estabelecido num arquipélago, uma potência. O que há para debater?

A questão é uma só: implante-se.

O próximo assunto que vai se tornar uma grande onda é o da criação e da inovação.  Para isso temos que ter nossas empresas com seus PCP, sistemas de custos, conceitos de formação de preços, sistema de qualidade consolidados, caso contrário como entrar na nova onda?

Encontro ainda empresas falando em controle de qualidade, quando este já ultrapassou o processo de produção, tornando-se um conceito, uma cultura, influenciando o conceito de produtividade.

Produtividade está diretamente relacionada com o fazer certo, da forma correta (eficácia) e fazer bem feito, atendendo o processo definido (eficiência). Algumas culturas a classificam como fazer bem feito na primeira vez. Com o tempo, alguns sistemas vão se consolidando e tornam-se indiscutíveis. Não atendê-los demonstra total incoerência.

Com qualidade é a mesma coisa. No mínimo nós temos que atender a percepção dos nossos clientes, afrontá-la seria uma irresponsabilidade. Nossos produtos têm que atender suas exigências, no primeiro contato, caso contrário não dá para falar em qualidade.

Qualidade, hoje em dia, demanda praticidade, implementação, ação, não mais discussões. Esse assunto, como objeto de debates, está ultrapassado.

Podemos aceitar ou não esse posicionamento, mas certamente os consumidores nos cobrarão caro a qualidade não percebida nos nossos produtos.

Esse assunto está fora de questão para você ou não?


Ivan Postigo é Diretor de Gestão Empresarial da Postigo Consultoria Comunicação e Gestão

domingo, 22 de abril de 2012

CURSO NO MÊS DE MAIO




 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA NAS PEQUENAS ORGANIZAÇÕES

Mostrar a necessidade de analisar os pontos fortes e os pontos fracos para definir estratégias competitivas, e transformar ameaças em oportunidades. Mostrar a necessidade de estabelecer mecanismos de acompanhamento de desempenho para medir a eficiência e a eficácia das decisões.

Período: 21, 22 e 23 de maio de 2012

Horário: 09:00h às 17:00h

Local: Centro de Desenvolvimento Profissional do CRA-BA

Carga Horária: 24h

Maiores Informações e inscrições:







terça-feira, 17 de abril de 2012

O LUCRO E O DESAFORO

Por Ivan Postigo

Há um ditado popular que diz que o dinheiro é oportunista e covarde. Aparece quando as condições são favoráveis e desaparece ao ouvir primeiro barulho, contudo não há nada mais melindroso e tímido que o lucro.

O dinheiro mesmo em situações desfavoráveis dá uma passadinha, o lucro sequer dá as caras!

Prova disso é que mesmo em situações falimentares vemos o dinheiro presente, mas cadê o lucro?

O lucro se faz presente não apenas na forma de papel ou saldo bancário, mas também na forma de bens, escolas para os filhos, viagens de férias, saúde, conforto, etc.

O lucro é por demais melindroso. Não reclama, e uma vez maltratado, demora a voltar. E nós não nos damos conta disso. O dinheiro é espalhafatoso, vai embora fazendo grande barulho.

O dinheiro gosta de circulação, movimento, gente, longas distâncias, por isso, em lugares pequenos, gira incessantemente.  O lucro não, é mais contido, gosta de lugares pequenos, aconchegantes e saudáveis.

O dinheiro, apesar disso, é um grande amigo do lucro, vive convidando-o para grandes festas, mas conhecendo-o, o lucro muitas vezes o evita por sua embriaguez.

O dinheiro é intrépido e amigo de tudo e de todos, mesmo maltratado volta aos lugares onde não foi tratado com consideração. O lucro por sua timidez age com desconfiança e o que mais teme são as malas pretas.

O dinheiro se multiplica e faz promessas, qualquer que seja o ambiente ou situação.  O lucro tem como princípio que a liberdade econômica tem que ser o aumento de virtudes e não apenas de riquezas. Virtudes retêm riquezas, riquezas não retêm virtudes.

O lucro é irmão da liberdade, que tem como característica também o melindre e a timidez. A liberdade é ainda mais contida que o lucro.

A liberdade tem como princípio fazer o que é certo, da maneira certa, pelo motivo certo, por uma questão de hábito moral.

Algumas palavras como hábito moral, virtudes, liberdade e lucro tem uma forte correlação e merecem nossa atenção.

Esse é um aspecto delicado em nosso país, nossos governantes têm demonstrado pouca afeição a essas palavras. Com isso vemos que o país não cresce o que poderia , empregos com boa remuneração não são gerados em quantidade suficiente  para atender a população , vemos dinheiro circulando por todos os lados , mas o lucro não aparece . Quem sabe por temor às malas pretas?

Nosso dia-a-dia como cidadãos é dentro das empresas, nas escolas orientando os jovens, nos hospitais cuidando das pessoas, no comércio atendendo os clientes, locais onde podemos exercitar hábitos morais, virtudes, gerando a liberdade e retendo o lucro.

Não são poucas as empresas que todos nós vimos desaparecer, apesar de terem sido líderes no mercado durante anos, e para espanto de todos naufragaram. A pergunta mais comum é: “Como isso pode acontecer?”.

Para muitas delas a resposta é simples: “Acreditaram nas promessas do dinheiro e nenhuma atenção deram ao lucro”. Tivessem perguntado ao lucro o motivo de sua ausência, teriam trilhado metade do caminho para evitar o desastre.

O lucro tem uma virtude que incomoda: a franqueza. Suas respostas são simples e diretas. Essa é a razão porque muitos não gostam de ouvi-las.

O dinheiro é uma companhia mais alegre, que nos leva onde nós, às vezes, nem podemos imaginar. É sedutor, apresenta-nos a todos, abre todas as portas, mas também de forma inconseqüente nos abandona onde quer que estejamos.

É tempo de refletir se temos um ambiente adequado para aconchegar o lucro.

Ivan Postigo é Diretor de Gestão Empresarial da Postigo Consultoria Comunicação e Gestão

terça-feira, 3 de abril de 2012

A EMPRESA PREPARADA PARA O LUCRO

Por Ivan Postigo

Você já pensou alguma vez que uma empresa para ter lucros continuamente seus gestores precisam estar preparados para esse fato?

É um tema estranho a princípio, não?

Muitas pessoas diriam que sim, mas garanto que não é!

Observe o mercado e encontrará empresas que dificilmente fecham seus balanços anuais com prejuízo. A obtenção lucros é um fato constante.

Observamos, também, com enorme freqüência, organizações cujos resultados oscilam entre lucros e prejuízos.

Estão sempre em dificuldades, sendo os resultados negativos a constante.

Especialistas encontram dificuldades em entender e explicar como isso acontece e como não fecham as portas.

São empresas que amargam prejuízos anos a fio. Chama à atenção a capacidade de sobrevivência com resultados tão adversos.

Podemos com isso levantar uma questão: por que empresas que tem uma oscilação lucro x prejuízo, quando obtém resultados extraordinariamente favoráveis em pouco tempo, estão sem caixa e voltam a enfrentar resultados negativos?

A preparação para o lucro é o processo de geração e sustentação de condições favoráveis sistêmicas e psicológicas de gestão.

Você poderia perguntar: “Quem em sã consciência não trabalharia para ter condições favoráveis de gestão?”

A resposta é simples: todos que estiverem decidindo para ter razão e não para gerar resultados.   No mundo empresarial isso acontece com enorme freqüência.

A disputa pelo poder e o jogo político são grandes fatores geradores de prejuízos e condução ao fracasso.

Para mudar um reino muitas vezes é necessário mudar o rei, mas isso se mostra impraticável em determinadas situações.

Todos os gestores querem ter lucros, mas poucos aceitam que em determinados momentos se transformaram em grandes barreiras ao processo, impedindo a obtenção de melhores resultados.

Por que não se afastam, ou, pelo menos, delegam?

Pelo simples fato de que todos querem ir para o paraíso, mas ninguém quer morrer.

Muitos gestores buscam incessantemente pessoas que desenvolvam e implantem suas idéias, ainda que ultrapassadas, e que gerem lucros.

O objetivo é lucro então?  Sim, sempre, mas com um detalhe: com seu modo de gestão!

São pessoas que alegam estar seguras que o caminho indicado por eles é o certo, apenas não tem mais idade e, muitas vezes, paciência para envolvimento com a equipe toda e condução dos trabalhos.

Quando, por alguma razão, se afastam ou delegam a empresa decola.

Fica evidente, portanto, que empresas vencedoras são empresas preparadas para o lucro.

O dia em que esse assunto surgiu e o debatemos, um amigo empresário, perguntou ao nosso grupo: “Essa regra tem exceção?”

A resposta em uníssono foi única: “Você está procurando os caminhos do lucro ou meios de ter razão?”

E você?


Ivan Postigo é Diretor de Gestão Empresarial da Postigo Consultoria Comunicação e Gestão.


domingo, 1 de abril de 2012

COPA E OLIMPÍADA: LIÇÕES DE PLANEJAMENTO E ÉTICA

Por Tom Coelho

“Acordo de manhã dividido entre o desejo de melhorar (ou salvar) o mundo
e o desejo de desfrutá-lo (ou saboreá-lo).
Isso dificulta o planejamento do meu dia.”
(E. B. White)


Zurique, Suíça, 30 de outubro de 2007. O Brasil é anunciado como palco para a Copa do Mundo de 2014. Dois anos depois, mais precisamente em 2 de outubro de 2009, seria a vez do Rio de Janeiro derrotar Chicago, Tóquio e Madri, sendo escolhida como cidade sede para as Olimpíadas de 2016. Parece que foi ontem...

O relato que farei a seguir caberia já em 2007, o que lhe configuraria um caráter ainda mais profético. Mas ainda é digno de registro. Afinal, há um consenso de que muitos são os desafios a serem superados para que ambos os eventos não sejam um fiasco capaz de comprometer a imagem de nosso país.

O problema está na infraestrutura sob todos os aspectos. Aeroportos com pátios lotados e saguões cheios, atrasos e cancelamentos nos voos, demora na restituição de bagagem, falta de vagas nos estacionamentos. Infraestrutura viária caótica, com transporte coletivo insuficiente, congestionamentos e falta de sinalização. Estádios e complexos esportivos com cronograma atrasado. Ausência de preparo e treinamento de mão de obra para atender aos turistas. Falta de um plano de segurança e de contingenciamento de crises.

Todos estes são aspectos relacionados à gestão pública aos quais devemos acrescentar outros, como rede hoteleira deficiente. A lista é interminável. Contudo, a boa notícia, posso lhes assegurar, é que no final tudo dará certo. Onze anos de experiência em construção civil me permitem lhes dizer o porquê desta crença.

1. Planejamento

Não temos cultura de planejamento. Este fato é um resquício do período de superinflação e instabilidade institucional que vivemos entre 1980 e 1994. A falta de planejamento está presente nas pessoas que não cultivam o hábito de poupar, fazer seguro ou plano de previdência. Está visível no estudante que após quase quatro anos de curso reserva apenas dois ou três meses para fazer seu trabalho de conclusão. Está inerente às empresas, que apenas recentemente começaram a traçar um planejamento estratégico anual para orientar suas ações corporativas.

2. Administração do tempo

Decorre do aspecto anterior. Somos uma nação que tem por hábito protelar, procrastinar, adiar. Desrespeitamos veladamente horários em quaisquer tipos de compromisso, seja uma reunião escolar, de condomínio ou na empresa. Chique é chegar atrasado ao casamento, à festa, ao encontro marcado. Bom mesmo é deixar para fazer no último instante.

3. Ética

Este é o ponto-chave. Quando se fala em construção civil, vou lhes confidenciar algumas coisas. A regra do jogo é entrar na obra. Vencer a licitação ou a concorrência, seja pública ou privada, mesmo com margem de lucro muito reduzida. Diante dos riscos, vale até mesmo encarar margem negativa no início da obra. Sabe por quê? Os grandes ganhos virão depois sob a forma de aditivos contratuais, taxas de urgência, adendos, horas extras e todo tipo de expediente. Funciona assim para a empresa ou consórcio vendedor do certame, bem como para seus subempreiteiros e terceirizados. Este é o princípio ético básico.

Por isso, tenham algumas certezas. Primeiro, todos os orçamentos em curso serão multiplicados por, no mínimo, quatro ou cinco. Segundo, a partir de 2013, e não antes, as capitais que sediarão jogos se tornarão imensos canteiros de obras. Terceiro, teremos uma bela Copa e uma incrível Olimpíada. Pena será tomar conhecimento, ao final, do custo de toda esta brincadeira.


Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento” (Flor de Liz, 2011), “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional” (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.