sábado, 24 de março de 2012

CRISE NA GESTÃO OU CRISE NA PERCEPÇÃO

Por Plínio José Figueiredo Ferreira

Diante dos grandes e complexos desafios que o mundo globalizado exige da gestão empresarial, é de fundamental importância que sejam encontrados e praticados novos princípios de raciocínio que mostrem caminhos inovadores e soluções alternativas eficazes para os problemas presentes e futuros.

Segundo Albert Einstein, “os problemas que existem no mundo não podem ser resolvidos a partir dos modos de raciocínio que deram origem aos mesmos”.
Assim, uma nova postura deverá ser adotada na gestão empresarial, na tomada de decisões estratégicas, na administração de conflitos e maneira de enxergar o mundo real.

O sexto grande princípio da Filosofia Hermética (Hermes Trimegisto) fala sobre Causa e Efeito. Nada acontece por acaso. Nada é consequência de um acontecimento fortuito. Quando falamos em “mero acaso” na verdade desconhecemos ou não podemos compreender ou ainda queremos ignorar a causa daquele acontecimento. Sempre há uma causa e um porquê para todos os acontecimentos. Nada acontece sem uma causa, ou uma cadeia de causas.
Nenhum evento cria outro evento, mas é simplesmente um elo precedente na grande cadeia ordenada de eventos procedentes da energia criativa do Todo.

A crise na gestão se dá porque há um grande equívoco na abordagem dos problemas. Presume-se que todos os acontecimentos são fortuitos. Procura-se resolver a consequência; a causa permanece fazendo parte de uma cadeia ordenada de eventos que trará mais problemas, e que continuam a ser resolvidos isoladamente. A grande questão é como a realidade é percebida.

Fritjof Capra em seu livro, A Teia da Vida – “The Web of Life”, diz que existe uma crise de percepção. “Ela deriva do fato de que a maioria de nós, e em especial nossas grandes instituições sociais, concordam com os conceitos de uma visão de mundo obsoleta, uma percepção da realidade inadequada para lidarmos com nosso mundo superpovoado e globalmente interligado. Há soluções para os principais problemas de nosso tempo, algumas delas até mesmo simples. Mas requerem uma mudança radical em nossas percepções”. Isto também se chama de mudança de paradigmas. Estas mudanças só ocorrem sob a forma de rupturas descontínuas, através da evolução ou de uma revolução (strictu senso). “A mudança de paradigmas requer uma expansão não apenas de nossas percepções e maneiras de pensar, mas também de nossos valores”.

Ainda, Fritjof Capra, fala na obtenção de um “paradigma social” definido como “uma constelação de concepções, de valores, de percepções e de práticas compartilhadas por uma comunidade, que dá forma a uma visão particular da realidade, a qual constitui a base da maneira como a comunidade se organiza”.

Podemos, diante das ponderações aqui transcritas, dizer que a crise na gestão das empresas públicas e privadas é consequência dos modelos mentais dos gestores que não foram “treinados” para adequar aqueles modelos de forma a enxergarem as conexões entre as organizações e o ambiente externo, e construir um referencial para fazer uma avaliação da realidade como um todo.

À medida que os paradigmas forem “expandidos”, a realidade será mais bem entendida. Por via de consequência, a lei da causalidade também será entendida e os problemas serão resolvidos com outras formas de raciocínio, diferentes daquelas que deram origem aos mesmos. E entendendo de forma holística o ambiente interno das organizações como inserido em um macro ambiente, a crise na gestão tenderá a ser facilmente resolvida.

Assim espero!

Plínio José Figueiredo Ferreira é Administrador pela UFBA e Pós-Graduado pela FGV-EAESP. Foi Executivo Administrativo e Financeiro em empresas industriais, comerciais e de serviços em São Paulo e na Bahia. Professor Universitário até 2006. Palestrante. Professor em Cursos de Educação Continuada e Extensão Universitária. Autor de artigos sobre Gestão Estratégica. Membro do Corpo de Especialistas (árbitros) da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem da Associação Comercial da Bahia. Sócio-Diretor da Habilitas Consultoria em Gestão Empresarial.

quinta-feira, 22 de março de 2012

CURSOS NO MÊS DE ABRIL

Vejam no site da Habilitas Consultoria e Gestão - www.habilitasconsult.com - as informações sobre os cursos:


Gestão Estratégica de Caixa. 


Administração Contábil e Financeira para Não Financeiros.


Estes cursos poderão ser ministrados "in company" e em outras cidades.



segunda-feira, 12 de março de 2012

4 TIPOS PROFISSIONAIS - E COMO GERENCIÁ-LOS

Por Sandra Betti

NÍVEIS DE MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO TRANSFORMAM SEUS FUNCIONÁRIOS EM DIFERENTES AVES. COMO LIDAR COM CADA UMA?

Napoleão foi um dos líderes mais estratégicos da História, que defendia o conceito de meritocracia e que teria proposto um modelo que classificava seus soldados em quatro tipos:
·      Inteligentes com iniciativa (que ele dava funções de comandantes gerais e estrategistas);
·       Inteligentes sem iniciativa (os deixava como oficiais para receberem ordens superiores);
·       Ignorantes sem iniciativa (os colocava na frente de batalha);
·       Ignorantes com iniciativa (não os queria em seus exércitos).

George Odiorne, dois séculos depois, trouxe a matriz que combinava Potencial (inteligência e condições de encarreiramento vertical na empresa) e Desempenho (competência e comprometimento).

Para ilustrar os 4 tipos possíveis nesta matriz, na década de 90 eu mesma propus uma analogia com 4 aves:

Águia: Alto potencial e Alto desempenho, ou seja, inteligentes e trabalhadores: são aqueles que aprendem com facilidade, são motivados, trazem ótimos resultados e demonstram consistentemente elevado grau de comprometimento.

Resumo: Quociente Intelectual (QI) e Quociente Emocional (QE) altos.

Como gerenciá-los?
Da forma mais diferenciada possível: dando autonomia, espaço, desafios, promoções e reconhecimento.

Galinha dos Ovos de Ouro: Trabalhadores, mas apenas medianamente inteligentes. São competentes e comprometidos, mas teriam muita dificuldade para assumir no curto prazo cargos mais complexos e de maior envergadura (“bateram a cabeça no teto”).

Resumo: QI alto e QE baixo ou o inverso.

Como gerenciá-los?
Dando reconhecimento, desafios proporcionais, enriquecendo seus cargos, propondo carreira em Y e estimulando-os para que invistam no seu autodesenvolvimento e aumentem seu potencial no médio e longo prazo.

Pavões: Inteligentes, mas que ficam na “zona de conforto”, demonstrando comprometimento, performance e motivações instáveis.

Resumo: QI alto e QE mediano.

Como gerenciá-los?
Tentar reverter o quadro com urgência, fazendo coaching, dando feedbacks e negociando planos de ação agressivos e eficazes. Se funcionar ótimo, senão repensar a decisão de mantê-los na empresa (o prazo que as empresas costumam dar é o de 90 dias).

Avestruzes: Limitados e Incompetentes.

Resumo: QI e QE baixos.

Como gerenciá-los?
Tentar reverter o quadro com MAIS urgência ainda, fazendo coaching, dando feedbacks e negociando planos de ação. Se der certo muito bem, senão “recoloca-los no concorrente”...

Esta tipologia é interessante para nos dar parâmetros de reflexão sobre nossos times e sobre nós mesmos, quem somos e quem poderíamos vir a ser. Em síntese, um instrumento para aprimorar diagnósticos, desenhar planos de ação e tomar decisões mais pragmáticas e sensatas quanto à gestão de pessoas.

Sandra Betti é Sócia-Diretora da consultoria MBA Empresarial, psicóloga pela PUC-SP, com Mestrado em Psicologia Social pela PUC-SP, com especialização em Recursos Humanos pela Harvard University (Liderança e Estilos Gerenciais), pela Michigan University (RH Estratégico) e com certificação como Master Coach pelo Behavioral Coaching Institute de NY.

(Publicado no Portal ENDEAVOR – www.endeavor.org.br)


segunda-feira, 5 de março de 2012

COMENTÁRIOS SOBRE PLANEJAMENTO E GESTÃO

Por Plínio José Figueiredo Ferreira

Há muito tempo planejamento e gestão são temas da minha preferência, e sempre estou falando sobre eles, nos meus artigos e atuando com eles na minha atividade profissional de consultoria e treinamento.

Hoje mais do que nunca, os gestores têm obrigação de utilizar esta ferramenta de gestão, de vital importância para a sobrevivência das organizações. Gerir sem planejamento é a mesma coisa que navegar sem bússola, sem carta de bordo, sem saber qual o caminho, sem saber aonde se quer chegar. Sem planejamento, as decisões são tomadas “no susto e na carreira” e na hora errada; a gestão se torna temerária porque passa a ser um jogo de adivinhações. O risco cresce de forma exponencial pela minimização dos fatores de risco. Enquanto isso a concorrência passa na frente porque aproveitou as oportunidades que o mercado ofereceu. Em suma, porque planejou as ações estratégicas e obteve vantagem competitiva.

Segundo Thomas L. Friedman, em seu livro – O Mundo é Plano – “... estamos interligando todos os centros de conhecimento do planeta e costurando uma única rede global, o que (se a política e o terrorismo não atrapalharem) pode precipitar uma era notável de prosperidade, inovação e colaboração entre empresas, comunidades e indivíduos”.
Assim, a tônica do terceiro milênio é a convergência, é o trabalho em equipe, e quando falo em equipe refiro-me também às equipes formadas pelas oportunidades que têm os indivíduos de trabalharem entre si, ao invés de competirem entre eles.
Realmente o mundo, embora continue girando, foi aplainado. As distâncias se tornaram menores por força da internet e do comércio eletrônico. A comunicação ficou mais rápida e as fronteiras estão cada vez mais tênues.

Tudo isto será uma grande oportunidade para as organizações cujos gestores pensam de forma sistêmica e sistemática.
Pensar de forma sistêmica é combinar as partes e reuni-las para chegar a um resultado consistente e sustentável.
Pensar de forma sistemática é pensar de forma organizada, metódica e ordenada, ou seja, de forma planejada.
Portanto, a metodologia do planejamento é uma ferramenta auxiliar para a gestão empreendedora e realizadora, que decide de forma rápida e estratégica, exigência cada vez maior do mundo plano.

No passado quando havia um surto de gripe na China, as notícias levavam meses para chegar ao Ocidente. Hoje, quando um chinês espirra (lá na China) o mundo inteiro fica gripado.
Aqueles que cuidam da saúde passarão quase incólumes; aqueles que não se cuidam sofrerão as consequências, e terão de usar medicamentos mais fortes.


Plínio José Figueiredo Ferreira, Administrador pela UFBA e Pós-Graduado pela FGV-EAESP. Foi Executivo Administrativo e Financeiro em empresas industriais, comerciais e de serviços em São Paulo e na Bahia. Professor Universitário até 2006. Palestrante. Professor em Cursos de Educação Continuada e Extensão Universitária. Autor de artigos sobre Gestão Estratégica. Membro do Corpo de Especialistas (árbitros) da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem da Associação Comercial da Bahia.
Sócio-Diretor da Habilitas Consultoria em Gestão Empresarial.