quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

QUANDO VOCÊ SABE EM QUE NEGÓCIO ESTÁ, O SUCESSO NÃO É RESULTADO DO ACASO

Por Ivan Postigo

Empreendedores criam suas empresas por vocação, oportunidade, imitação, recebem como herança, o motivo que os levam a atuar em determinados segmentos de negócios são os mais variados possíveis.

Aqueles que se identificam com o tipo de negócio ou delegam a especialistas criam condições para geração de resultados positivos, quem diverge desse entendimento, normalmente, costuma ter gestões um tanto conturbadas.

O posicionamento da empresa no mercado com sua marca, qualidade de seus produtos e preços adequados abre as portas para o sucesso.

Muitas organizações enfrentam dificuldades por falta de equilíbrio entre esses fatores e não superam as barreiras para construir relações comerciais duradouras.

Esse é um discurso básico, simples, óbvio, não há necessidade de nos estendermos mais nos motivos, por que, então, uma pessoa sensata não o ouviria?

Porque não se trata de sensatez, há um milenar ditado oriental que diz: “O homem que não sabe para onde quer ir é incapaz de ouvir um bom conselho.”

Muitas empresas no mercado brasileiro que atuam em segmentos onde representatividade e a visibilidade são aspectos importantes para os consumidores ainda são resistentes aos investimentos em publicidade e propaganda, e acabam não dando a projeção necessária às suas marcas, produtos e às suas próprias empresas.

Entregam a responsabilidade das vendas nas mãos de pessoas despreparadas, com isso, além de não construírem relações comerciais duradouras, prejudicam o pouco que têm dado certo.  

Empresas com essas dificuldades facilitam o sucesso dos concorrentes, uma vez que os clientes e prospects acabam induzidos a escolher as outras opções e propostas recebidas.

O que vender como oferecer, como abordar, em que momento, a que preço, com qual qualidade, parecem óbvios, mas na realidade esses pontos precisam estar em equilíbrio.

Uma questão primordial que mesmo gestores experientes têm dificuldades de responder é: Por que um cliente nos procuraria e decidiria pelos nossos produtos e não pelos dos concorrentes? 

O que o leva a essa decisão?

Esse assunto quando abordado em seminários, onde as experiências dos participantes são variadas, gera acalorados debates e termina com frequência com a seguinte colocação: Soubéssemos de fato seríamos lideres de mercado!

Outra resposta comum e rápida é: Preço!

Caso não sejamos os escolhidos por essa questão não podemos deixar de perguntar: Por que não podemos concorrer com esse preço?

Vamos chegar a duas situações:
1)    Não ajustamos a empresa para alcançar os custos que permitam vender a esse preço;
2)    Nossa qualidade é superior às dos concorrentes e não nos interessa competir nesse mercado.

Para entender, de fato, em que negócios estamos há alguns aspectos fundamentais que temos que estudar:

Qual é o nosso negócio?
Nosso negócio é definido pelos produtos de linha ou sob encomenda, que a empresa fabricará e que poderia fabricar para atender as expectativas de mercado.

Quais segmentos de mercado atenderemos?
Venderemos diretamente ao consumidor, a revendedores no varejo, distribuidores ou atacadistas.

Quais segmentos de negócios atenderemos?
Considere que nosso negócio esteja focado em caixas de madeira.
O alvo serão as transportadoras, indústrias metalúrgicas, de plásticos, frutíferas, etc., onde faremos a prospecção de oportunidades.

O que sabemos sobre as possibilidades e oportunidades de venda?
Esta questão demanda análise da listagem dos clientes ativos, inativos e potenciais (prospects) abordados e não abordados.

Quem pode nos ajudar a ampliar o foco de abordagens?
A adição de competência nesta área é fundamental para pesquisa de potenciais clientes nos segmentos alvo.

Onde estamos acertando e errando nas nossas abordagens?
A análise dos sucessos e insucessos no processo de venda e perda de negócios possibilita o conhecimento dos nossos pontos fortes e fracos.

Que situações necessitam de um plano especial de abordagens?
O estudo das barreiras ou superação destas para aumento das vendas, porque os clientes compram ou não compram, é fundamental para preparação da matriz de características e benefícios que permitem estruturar os planos de visita.

Com que estamos concorrendo por espaço no mercado?
Todos que oferecem produtos similares são competidores, mas nem todos concorrem.

Que tipo de concorrente estamos enfrentando: pontos fortes e fracos dos concorrentes
Conhecer os concorrentes é ser capaz de identificar seus pontos fortes e fracos. Conhecer seus pontos fortes e fracos nos permite desenvolver estratégias para superá-los.
Há uma velha máxima, hoje máxima velha, que diz: No mercado há espaço para todo mundo.
Infelizmente não há, pois se o mercado cresce 3,5% e o concorrente cresceu 15%, ele tomou a fatia de alguém. Você só se dará conta quando essa parte for sua. Crescendo, ele logo chegará lá!

Qual a nossa sistemática de abordagem de mercado?
A avaliação do sistema e da equipe de vendas nos deixa claro como a empresa oferece o produto e qual a taxa de aceitação ou rejeição.

Qual nosso alcance no mercado?
Atendemos ou atenderemos em bases regionais ou em âmbito nacional?

Quem nos conhece e como somos conhecidos?
O conceito que a empresa e seus produtos gozam no mercado são informações das quais os gestores não podem abrir mão.

Qual a penetração que temos nos clientes?
Avaliar a penetração que temos nos clientes e prospects e em suas áreas de compra é determinante.
Como fornecedores temos que gerar oportunidades de vendas e procurar estar no local certo no momento certo.

Como nossos produtos são avaliados?
Incessantemente temos que fazer a verificação da aceitação ou rejeição por qualidade, preço e visibilidade.

Como estamos respondendo às expectativas dos clientes?
Os clientes não esperam apenas que os atendamos com pontualidade, mas que excedamos suas expectativas.
Atendermos rigorosamente o que foi acordado não é mais do que obrigação.

 Quão agressivos podemos ser no investimento, para obter maior fatia de mercado?
A análise do Ponto de Equilíbrio, preparação de reserva de caixa e estabelecimento de investimento para entrada em determinados mercados, base para a criação do futuro, é determinante para o sucesso de todo empreendimento.

Entendendo esses pontos é possível estabelecer um plano de ação para aumento de faturamento e taxa da retorno do investimento.

Sem conhecimento mínimo do mercado, gerir uma empresa é como investir o capital em bilhetes de loteria e esperar a sorte bater nas nossas portas.

Ivan Postigo é Diretor de Gestão Empresarial da Postigo Consultoria Comunicação e Gestão  Articulista, Escritor, Palestrante

O PODER DO CRIADOR E DA CRIATURA NA GESTÃO EMPRESARIAL

Por Ivan Postigo

Você já se deu conta de quantas obras conhece, admira, sem identificar o criador?

Podemos falar em músicas, poesias, histórias, quadros, esculturas, edifícios, pontes, bens de consumo como sabão, sabonete, pasta de dente, desodorante, computadores, softwares, sistema de gestão e muitos outros.

Estamos mais encantados com a criatura do que como criador? Não restam dúvidas.

Certamente, em muitos casos, é mais fácil lembrar-se da criatura que do criador. Lembramos o nome de um romance famoso, mas temos dificuldades de lembrar quem o escreveu.

Com o grande alvoroço da obra, registramos o nome do criador, momento em que a criatura cria o criador.

Em gestão empresarial a situação não é diferente, suas obras farão mais por você do que toda força que possa imprimir.

Visitando as cidades mineiras, vamos encontrar uma enormidade de obras de Antonio Francisco Lisboa, conhecido como o Aleijadinho, contudo sabemos que muitos detalhes não foram executados diretamente por ele, muitos foram delegados e supervisionados, porém este detém todo o mérito da criação, lembrança e respeito.

Indo a Congonhas (antiga Congonhas do Campo), nos deparamos com os 12 profetas no adro da Igreja do Senhor do Bom Jesus, esculpidas em pedra-sabão, e caso não saiba e lhe informem que é de aleijadinho jamais esquecerá, este é o momento em que a criatura cria o criador.

Sem dúvidas a adição de competência para a realização daquela obra foi enorme, tornando-se, esta, mais reverenciada que o próprio criador.

Uma antiga frase diz que não importa o que você sabe, mas o que faz com o que sabe. Suas obras ratificam isso e lhe dá autoridade.

Poder com autoridade solidifica seu comando, poder sem autoridade o fragiliza. Isso suas obras podem fazer por você, sem que seja necessário trabalhar apenas a duas mãos.

Há um programa de televisão chamado American Chopper, onde pai e filhos constroem motocicletas personalizadas e pode-se ser ver todo o processo de criação.
Apesar de toda dureza e imposição do pai, seu poder vem de sua criatividade e dos produtos que cria, e não das ordens que dá.

Um exemplo de conflito que a obra apaga é a pintura dos afrescos da Capela Sistina, executada entre uma briga e outra entre Michelangelo e o Papa Julio II.

Cria-se neste caso uma relação difícil, mas interessante de ser analisada: um confronto entre a intolerância e aceitação.

É impossível não encontrarmos nas empresas projetos e pessoas que enfrentaram momentos de intolerância e por serem aceitos tiveram sucesso.

Acredito que todos já ouviram a famosa frase: “O cavalo veio para ficar, o automóvel não passa de uma moda passageira”.
Neste caso a obra superou em muito seu criador, dando-lhe um poder enorme.

Estima-se que em dez anos a criação terá tanta importância quanto o tema da qualidade hoje. Daí virá o poder da empresa com inovação e o seu como gestor.

Mais do que nunca, um dos aspectos para o sucesso empresarial será a adição de competência, que demanda, sem nenhuma dúvida, experiência.

Alguns aspectos nas administrações começarão a tomar outra conformação: para guerreiro um jovem, para general um sábio.

Com isso deixaremos de negligenciar um tema importante neste país e nas nossas empresas: A experiência.

Ivan Postigo é Diretor de Gestão Empresarial da Postigo Consultoria Comunicação e Gestão, Articulista, Escritor, Palestrante