quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O PODER DO CRIADOR E DA CRIATURA NA GESTÃO EMPRESARIAL

Por Ivan Postigo

Você já se deu conta de quantas obras conhece, admira, sem identificar o criador?

Podemos falar em músicas, poesias, histórias, quadros, esculturas, edifícios, pontes, bens de consumo como sabão, sabonete, pasta de dente, desodorante, computadores, softwares, sistema de gestão e muitos outros.

Estamos mais encantados com a criatura do que como criador? Não restam dúvidas.

Certamente, em muitos casos, é mais fácil lembrar-se da criatura que do criador. Lembramos o nome de um romance famoso, mas temos dificuldades de lembrar quem o escreveu.

Com o grande alvoroço da obra, registramos o nome do criador, momento em que a criatura cria o criador.

Em gestão empresarial a situação não é diferente, suas obras farão mais por você do que toda força que possa imprimir.

Visitando as cidades mineiras, vamos encontrar uma enormidade de obras de Antonio Francisco Lisboa, conhecido como o Aleijadinho, contudo sabemos que muitos detalhes não foram executados diretamente por ele, muitos foram delegados e supervisionados, porém este detém todo o mérito da criação, lembrança e respeito.

Indo a Congonhas (antiga Congonhas do Campo), nos deparamos com os 12 profetas no adro da Igreja do Senhor do Bom Jesus, esculpidas em pedra-sabão, e caso não saiba e lhe informem que é de aleijadinho jamais esquecerá, este é o momento em que a criatura cria o criador.

Sem dúvidas a adição de competência para a realização daquela obra foi enorme, tornando-se, esta, mais reverenciada que o próprio criador.

Uma antiga frase diz que não importa o que você sabe, mas o que faz com o que sabe. Suas obras ratificam isso e lhe dá autoridade.

Poder com autoridade solidifica seu comando, poder sem autoridade o fragiliza. Isso suas obras podem fazer por você, sem que seja necessário trabalhar apenas a duas mãos.

Há um programa de televisão chamado American Chopper, onde pai e filhos constroem motocicletas personalizadas e pode-se ser ver todo o processo de criação.
Apesar de toda dureza e imposição do pai, seu poder vem de sua criatividade e dos produtos que cria, e não das ordens que dá.

Um exemplo de conflito que a obra apaga é a pintura dos afrescos da Capela Sistina, executada entre uma briga e outra entre Michelangelo e o Papa Julio II.

Cria-se neste caso uma relação difícil, mas interessante de ser analisada: um confronto entre a intolerância e aceitação.

É impossível não encontrarmos nas empresas projetos e pessoas que enfrentaram momentos de intolerância e por serem aceitos tiveram sucesso.

Acredito que todos já ouviram a famosa frase: “O cavalo veio para ficar, o automóvel não passa de uma moda passageira”.
Neste caso a obra superou em muito seu criador, dando-lhe um poder enorme.

Estima-se que em dez anos a criação terá tanta importância quanto o tema da qualidade hoje. Daí virá o poder da empresa com inovação e o seu como gestor.

Mais do que nunca, um dos aspectos para o sucesso empresarial será a adição de competência, que demanda, sem nenhuma dúvida, experiência.

Alguns aspectos nas administrações começarão a tomar outra conformação: para guerreiro um jovem, para general um sábio.

Com isso deixaremos de negligenciar um tema importante neste país e nas nossas empresas: A experiência.

Ivan Postigo é Diretor de Gestão Empresarial da Postigo Consultoria Comunicação e Gestão, Articulista, Escritor, Palestrante









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