Por Ivan Postigo
Você já se deu conta de quantas obras conhece, admira, sem identificar o criador?
Podemos falar em músicas, poesias, histórias, quadros, esculturas, edifícios, pontes, bens de consumo como sabão, sabonete, pasta de dente, desodorante, computadores, softwares, sistema de gestão e muitos outros.
Estamos mais encantados com a criatura do que como criador? Não restam dúvidas.
Certamente, em muitos casos, é mais fácil lembrar-se da criatura que do criador. Lembramos o nome de um romance famoso, mas temos dificuldades de lembrar quem o escreveu.
Com o grande alvoroço da obra, registramos o nome do criador, momento em que a criatura cria o criador.
Em gestão empresarial a situação não é diferente, suas obras farão mais por você do que toda força que possa imprimir.
Visitando as cidades mineiras, vamos encontrar uma enormidade de obras de Antonio Francisco Lisboa, conhecido como o Aleijadinho, contudo sabemos que muitos detalhes não foram executados diretamente por ele, muitos foram delegados e supervisionados, porém este detém todo o mérito da criação, lembrança e respeito.
Indo a Congonhas (antiga Congonhas do Campo), nos deparamos com os 12 profetas no adro da Igreja do Senhor do Bom Jesus, esculpidas em pedra-sabão, e caso não saiba e lhe informem que é de aleijadinho jamais esquecerá, este é o momento em que a criatura cria o criador.
Sem dúvidas a adição de competência para a realização daquela obra foi enorme, tornando-se, esta, mais reverenciada que o próprio criador.
Uma antiga frase diz que não importa o que você sabe, mas o que faz com o que sabe. Suas obras ratificam isso e lhe dá autoridade.
Poder com autoridade solidifica seu comando, poder sem autoridade o fragiliza. Isso suas obras podem fazer por você, sem que seja necessário trabalhar apenas a duas mãos.
Há um programa de televisão chamado American Chopper, onde pai e filhos constroem motocicletas personalizadas e pode-se ser ver todo o processo de criação.
Apesar de toda dureza e imposição do pai, seu poder vem de sua criatividade e dos produtos que cria, e não das ordens que dá.
Um exemplo de conflito que a obra apaga é a pintura dos afrescos da Capela Sistina, executada entre uma briga e outra entre Michelangelo e o Papa Julio II.
Cria-se neste caso uma relação difícil, mas interessante de ser analisada: um confronto entre a intolerância e aceitação.
É impossível não encontrarmos nas empresas projetos e pessoas que enfrentaram momentos de intolerância e por serem aceitos tiveram sucesso.
Acredito que todos já ouviram a famosa frase: “O cavalo veio para ficar, o automóvel não passa de uma moda passageira”.
Neste caso a obra superou em muito seu criador, dando-lhe um poder enorme.
Estima-se que em dez anos a criação terá tanta importância quanto o tema da qualidade hoje. Daí virá o poder da empresa com inovação e o seu como gestor.
Mais do que nunca, um dos aspectos para o sucesso empresarial será a adição de competência, que demanda, sem nenhuma dúvida, experiência.
Alguns aspectos nas administrações começarão a tomar outra conformação: para guerreiro um jovem, para general um sábio.
Com isso deixaremos de negligenciar um tema importante neste país e nas nossas empresas: A experiência.
Ivan Postigo é Diretor de Gestão Empresarial da Postigo Consultoria Comunicação e Gestão, Articulista, Escritor, Palestrante
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