Por Sandra Betti
NÍVEIS DE MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO TRANSFORMAM SEUS FUNCIONÁRIOS EM DIFERENTES AVES. COMO LIDAR COM CADA UMA?
Napoleão foi um dos líderes mais estratégicos da História, que defendia o conceito de meritocracia e que teria proposto um modelo que classificava seus soldados em quatro tipos:
· Inteligentes com iniciativa (que ele dava funções de comandantes gerais e estrategistas);
· Inteligentes sem iniciativa (os deixava como oficiais para receberem ordens superiores);
· Ignorantes sem iniciativa (os colocava na frente de batalha);
· Ignorantes com iniciativa (não os queria em seus exércitos).
George Odiorne, dois séculos depois, trouxe a matriz que combinava Potencial (inteligência e condições de encarreiramento vertical na empresa) e Desempenho (competência e comprometimento).
Para ilustrar os 4 tipos possíveis nesta matriz, na década de 90 eu mesma propus uma analogia com 4 aves:
Águia: Alto potencial e Alto desempenho, ou seja, inteligentes e trabalhadores: são aqueles que aprendem com facilidade, são motivados, trazem ótimos resultados e demonstram consistentemente elevado grau de comprometimento.
Resumo: Quociente Intelectual (QI) e Quociente Emocional (QE) altos.
Como gerenciá-los?
Da forma mais diferenciada possível: dando autonomia, espaço, desafios, promoções e reconhecimento.
Galinha dos Ovos de Ouro: Trabalhadores, mas apenas medianamente inteligentes. São competentes e comprometidos, mas teriam muita dificuldade para assumir no curto prazo cargos mais complexos e de maior envergadura (“bateram a cabeça no teto”).
Resumo: QI alto e QE baixo ou o inverso.
Como gerenciá-los?
Dando reconhecimento, desafios proporcionais, enriquecendo seus cargos, propondo carreira em Y e estimulando-os para que invistam no seu autodesenvolvimento e aumentem seu potencial no médio e longo prazo.
Pavões: Inteligentes, mas que ficam na “zona de conforto”, demonstrando comprometimento, performance e motivações instáveis.
Resumo: QI alto e QE mediano.
Como gerenciá-los?
Tentar reverter o quadro com urgência, fazendo coaching, dando feedbacks e negociando planos de ação agressivos e eficazes. Se funcionar ótimo, senão repensar a decisão de mantê-los na empresa (o prazo que as empresas costumam dar é o de 90 dias).
Avestruzes: Limitados e Incompetentes.
Resumo: QI e QE baixos.
Como gerenciá-los?
Tentar reverter o quadro com MAIS urgência ainda, fazendo coaching, dando feedbacks e negociando planos de ação. Se der certo muito bem, senão “recoloca-los no concorrente”...
Esta tipologia é interessante para nos dar parâmetros de reflexão sobre nossos times e sobre nós mesmos, quem somos e quem poderíamos vir a ser. Em síntese, um instrumento para aprimorar diagnósticos, desenhar planos de ação e tomar decisões mais pragmáticas e sensatas quanto à gestão de pessoas.
Sandra Betti é Sócia-Diretora da consultoria MBA Empresarial, psicóloga pela PUC-SP, com Mestrado em Psicologia Social pela PUC-SP, com especialização em Recursos Humanos pela Harvard University (Liderança e Estilos Gerenciais), pela Michigan University (RH Estratégico) e com certificação como Master Coach pelo Behavioral Coaching Institute de NY.
(Publicado no Portal ENDEAVOR – www.endeavor.org.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário