Por Plínio José Figueiredo Ferreira
Outro dia ouvi um empresário dizer que, embora fosse muito competitiva, sua empresa estava tendo dificuldade em atingir o volume de vendas necessário à sua permanência no mercado. Muito estranho!
Hoje em dia é muito comum o uso de palavras para definir alguma coisa que, na verdade, tem outro significado. E não é somente uma questão de semântica. Assim, usa-se quantia em lugar de quantidade; confunde-se competência com competição, e competente com competitivo.
O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa traz os seguintes significados:
COMPETÊNCIA – qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade.
COMPETENTE – que tem competência.
COMPETITIVIDADE – qualidade de competitivo.
COMPETITIVO – relativo à competição; competidor; que causa competição.
COMPETIDOR – que compete ou impele à competição; competitivo; antagonista; rival.
COMPETIÇÃO – ato ou efeito de competir; busca simultânea, por dois ou mais indivíduos, de uma vantagem, uma vitória, um prêmio. Luta, desafio, disputa, rivalidade. Luta dos seres vivos pela sobrevivência, especialmente quando são escassos os elementos necessários à vida entre os componentes de uma comunidade.
Assim, trazendo os significados para o mundo corporativo, poderemos fazer um jogo de palavras como uma “resposta” à afirmação daquele empresário. Vejamos.
Se a empresa é muito competitiva ela deve ter estratégias competitivas que a levem a obter vantagens competitivas. Aquelas estratégias, se usadas com competência, fazem com que o competidor alcance os resultados desejados, que podem ser desde a melhoria dos processos internos até o aumento de seu “market share”. Para isso acontecer é necessário ter capacidade e competência.
Sem identificar suas capacidades e suas competências, isto é, sem enxergar os pontos fortes e os pontos fracos para fazer face às ameaças, e aproveitar as oportunidades que o mercado oferece jamais a empresa será competitiva e, seguramente, não sobreviverá.
Plínio José Figueiredo Ferreira é sócio-Diretor da Habilitas Consultoria e Gestão.
Ótima explanação!!!
ResponderExcluirÉ bem verdade que há um mau uso de palavras para expressar algo completamente diferente do que realmente se quer dizer, as consequências não poderiam ser outras senão uma confusão enorme acerca do que realmente se quer. Sucesso!!