Por Sonia Jordão
Recebi uma amiga para assistir comigo a uma partida de futebol da copa do mundo. Após um impedimento, observando-a, perguntei: você sabe quando um jogador está impedido? Ela respondeu que não. Expliquei-lhe que a regra diz que um jogador estará impedido se estiver mais perto da linha de fundo adversária do que a bola, exceto se estiver em seu próprio campo. E que é necessário haver pelo menos dois adversários entre ele e a linha de fundo. Geralmente, um é o goleiro adversário. Por isso, é importante verificar o posicionamento do jogador no momento do lançamento da bola, ver se tem algum adversário dando condições de jogo. Conversando com ela descobri que não entendia nada de futebol, nem sabia o que era linha de fundo.
O jogo foi passando e com toda calma, fui tentando lhe explicar mais algumas regras do futebol. À medida que eu falava vi que ela ficava bem feliz. Como ela entendia das saídas laterais, mostrei-lhe, entre outras coisas, que bolas que saem pela linha de fundo são colocadas em jogo pelos pés do jogador, na interseção entre a linha de fundo e a lateral, numa jogada que chamam escanteio. Ao final do jogo comentou que em sua casa não podia perguntar, porque vivia escutando seus irmãos dizerem que mulher não entende nada de futebol. Claro que eles não devem conhecer a Marta, jogadora da seleção brasileira. Eles aprenderam jogando e como minha amiga nunca havia jogado, não teve essa oportunidade de conhecer as regras.
Depois que ela se foi, fiquei pensando sobre a relação desse fato e o que acontece nas organizações. Várias vezes um funcionário é admitido e desconhece o regulamento da empresa. Algumas regras são tão normais para os que já trabalham lá, que nem as informam para o recém-contratado. Assim como a minha amiga, muitas vezes o funcionário não pergunta por medo de ser ridicularizado. E as pessoas não ensinam porque acham que são coisas básicas. Pensam que todos sabem aquilo. O pior de tudo é que se em algum momento ele infringir uma dessas regras básicas será punido de alguma forma.
O que podemos fazer para minimizar isso? Acredito que a melhor atitude seja escrever um manual de integração e entregá-lo a todos os funcionários, principalmente aos novatos, quando entram na organização. Nesse manual, é preciso colocar todas as regras, todos os critérios de sucesso, por mais simples que possam parecer. Assim, problemas serão evitados por falta de conhecimento.
Alguns anos atrás preparei um modelo desses. No início dei o nome de manual do colaborador e disponibilizei em meu site. Os anos se passaram e ele continua disponível e sendo um dos itens mais consultados em meu site. Na versão atual há, ainda, sugestões de vários nomes para esse documento. Tenho notícias que muitas empresas já usaram esse modelo de manual.
Sabemos que é responsabilidade da liderança procurar melhorar a comunicação entre os membros da equipe. Deixar claro as regras a serem seguidas por todos é uma ótima forma de se evitar as fofocas, grandes geradoras de conflitos nas organizações. Portanto, se você é um líder na organização onde atua, estabeleça os critérios e as regras. Faça isso, de preferência, com a participação de outros membros da sua equipe. Depois, garanta que todos tomem conhecimento dos critérios estabelecidos, assim o sucesso, certamente, chegará mais cedo.
Sonia Jordão é especialista em liderança, palestrante, consultora empresarial e escritora. Autora do livro “A Arte de liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado”, e dos livros de bolso “E agora, Venceslau? - Como deixar de ser um líder explosivo” e “E agora, Lívia? – Desafios da liderança”.
Sites: www.soniajordao.com.br, www.tecernegocios.com.br, www.umnovoprofissional.com.br, www.tecerlideranca.com.br, www.editoratecer.com.br.
e-mail: contato@soniajordao.com.br
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