Por Plínio José Figueiredo Ferreira
A administração umbilical é um tipo de gestão utilizada em muitas organizações. Muito mais do que uma “técnica” é, na verdade, um comportamento, uma postura adotada por gestores que desdenham da necessidade de estabelecer políticas, diretrizes e estratégias, e também da utilização de ferramentas de acompanhamento e avaliação que transformam a informação em conhecimento.
Os dois princípios básicos que norteiam este tipo de gestão são: a procrastinação das decisões e a transferência de responsabilidades.
O primeiro é causa e consequência de um processo decisório longo, lento ou inexistente. O gestor não toma decisão por falta de autonomia, por falta de informação, por falta de comprometimento ou por falta de coragem. Na dúvida, “melhor deixar com está e ver como é que fica”. O problema fica latente, irá se agravar; as consequências serão incontroláveis e desastrosas. As ações corretivas, quando tomadas, já estarão anacrônicas e serão inócuas. Joga-se o lixo embaixo do tapete e adota-se a postura do “nada está acontecendo”.
O segundo diz que é melhor transferir a responsabilidade da decisão porque assim ter-se-á, sempre, um culpado. Se der certo o bônus será de quem “mandou resolver”; se der errado a culpa é de “quem decidiu”. Descer a ladeira da pirâmide (estrutura organizacional) é mais fácil; é como escorregar. A subida é mais lenta. Então o culpado, de cima da pirâmide, estará incólume, por algum tempo.
A administração umbilical tem sua força cultivada dentro de um círculo vicioso, conveniente e prático.
Embora pareça que esta prática é exclusiva do setor público, ela é encontrada, em larga escala, também no setor privado.
No setor público as instituições permanecem e continuam prestando serviço de péssima qualidade ao cidadão. No setor privado as organizações terminam por perecer; desaparecer.
No geral, é uma questão de competência e capacidade para aceitar que o mundo está mais dinâmico e globalizado. As mudanças estão acontecendo em alta velocidade, inevitáveis e irreversíveis. E como disse Galileu: “O mundo pode não ser redondo, mas que ele gira, gira”!
Plínio José Figueiredo Ferreira é Sócio-Diretor da Habilitas Consultoria em Gestão Empresarial. Palestrante, Professor em cursos de Educação Continuada e Extensão Universitária. Autor de artigos sobre Gestão Estratégica.
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