domingo, 7 de outubro de 2012

PRINCIPAL CAUSA DA MORTALIDADE DAS EMPRESAS ESTÁ NA QUALIDADE DA GESTÃO

Entrevista dada por ZAÍRA VASCONCELOS, administradora e business Coach, a Mariana Mendes. *

Quais os fatores de risco levam as empresas à falência? Quais os erros mais frequentes cometidos pelas PMEs? E como evita-los?

A principal causa da precoce mortalidade das empresas de pequeno porte está na qualidade da gestão implementada pelos donos. Devemos entender como gestão um conjunto de habilidades relacionadas, sobretudo a planejamento, marketing, gestão de pessoas. Incrivelmente, não são a falta de linhas de crédito, os elevados custos dos tributos e encargos sociais ou dificuldades com a concorrência que mais contribuem para a morte das empresas. Esse indicador deveria cair à medida que mais conhecimento e ações de capacitação são disponibilizadas. Mas ainda teremos que conviver com essa dura realidade, sobretudo por conta do perfil dos governos e suas motivações para o empreendedorismo.

Quais as principais dificuldades de uma PME se desenvolver no mercado brasileiro? E no mercado baiano?

A maioria das empresas desse porte não tem um planejamento do negócio, não tem metas de crescimento. Segue o fluxo natural do mercado. Se tudo vai bem, as empresas seguem, como estamos acostumados a ouvir “na luta, sobrevivendo”; se o cenário econômico para seu segmento vai mal, as empresas quebram. A quebra de paradigmas, crenças limitantes e mesmo mudança de hábitos requerem um acompanhamento mais de perto e cotidiano. Os problemas não estão localizados na natureza do mercado brasileiro ou baiano. Claro que um cenário de efervescência macroeconômica facilita o processo reduzindo os esforços individuais de desenvolvimento, passando a ser um esforço coletivo e compartilhado entre o poder público e as empresas privadas. Mas isso é uma longa história...

Muitas vezes, pequenas empresas iniciam seus negócios sem fazer um planejamento. Qual a importância do plano de negócios para essas empresas?

Eu diria que é vital. Primeiro é fundamental saber aonde desejamos chegar. Sem um plano de metas fica difícil traçar um objetivo. Uma vez sabendo aonde se quer chegar, a missão agora é traçar o caminho.

Atualmente, quais os principais desafios de gestão dentro de uma PME?

Minha experiência demonstra que o principal desafio do dono do negócio é se desapegar do “ofício” e passar a dedicar seu tempo à estratégia do negócio.

Em que as PMEs ainda precisam investir para se destacar no cenário econômico?

Num coaching... Para ajuda-los a fazer a migração do modelo mental de autoempregado, para empresário.

Qual a relevância do coaching em uma pequena e média empresa? E do business Coach?

Um Coach tem uma abrangência grande de atuação, apoiando o desenvolvimento de pessoas quer no âmbito de sua vida como indivíduo, como executivo de empresas (intraempreendedor) ou como dono do próprio negócio. O business Coach ou coaching empresarial é um treinador de empresário, portanto agrega não só o dono da empresa, como também reflete sobre a organização.

O que fazer para um negócio dar certo?

Acredito que essa é a resposta que todos gostaríamos de ter. Posso dizer que essa era a minha pergunta no momento em que, como empresária do setor de TI, me via dentro do prazo das estatísticas do Sebrae. O que aprendi nesse tempo é que o que faz dar certo não pode garantir, mas o que colabora para o sucesso dos negócios é gestão de qualidade (planejamento, domínio das finanças, domínio da entrega – qualidade de processos e produtos, marketing), além de foco e disciplina.

*Publicada no jornal A TARDE, de 07/10/2012, Caderno Concursos & Negócios – Empregos.

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