terça-feira, 24 de setembro de 2013

ENSAIO SOBRE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

Por Plínio José Figueiredo Ferreira

A sustentabilidade empresarial ou sustentabilidade corporativa está relacionada a uma mentalidade, atitude ou estratégia que é ecologicamente correta, economicamente viável e socialmente justa. John Elkington criou o Triple Bottom Line da sustentabilidade – ética, responsabilidade social e desempenho ambiental.  A ideia é que o sucesso e a saúde de uma organização não devem ser avaliadas somente por medidas financeiras tradicionais, mas também por sua ética,  responsabilidade social e seu desempenho ambiental.  A discussão sobre o desenvolvimento sustentável do planeta está cada vez mais presente no dia-a-dia de qualquer comunidade. Os modelos de desenvolvimento ainda adotados estão sendo cada vez mais questionados pela sociedade.

Nas organizações, a sustentabilidade tornou-se uma vantagem competitiva alcançada através de um modelo de gestão sustentável, que incentiva a combinação de tecnologias ambientais com novas tecnologias de produção que trazem um melhor desempenho empresarial. Para Luiz Carlos Cabrera, a empresa para ser sustentável precisa ser economicamente viável, socialmente justa, culturalmente aceita e ecologicamente correta. E diz ainda que sustentabilidade é um conceito sistêmico.

Os conceitos e práticas de sustentabilidade não estão mais, e somente, fora das organizações. As preocupações econômicas e as ecológicas não mais se opõem necessariamente. Ao implantar políticas de sustentabilidade a organização aumenta sua credibilidade e melhora sua imagem no mercado, bem como fica menos exposta aos vários tipos de processos que impactam os seus custos e, consequentemente, seu desempenho financeiro. O compromisso com a sustentabilidade se transforma em um passo muito importante para a inovação, e pode ser uma oportunidade para novos negócios. Entretanto, tem de estar inserido na cultura organizacional para que os resultados esperados sejam alcançados, porque a empresa aumentará sua vantagem competitiva e gerará lucros incrementais.

Em que pese existirem aspectos positivos na adoção das praticas de sustentabilidade, há de se considerar três grandes obstáculos: investimentos financeiros altos, cultura organizacional resistente a mudanças e a real conexão entre as práticas de responsabilidade social e a performance econômico-financeira.

A efetivação da sustentabilidade empresarial exige reflexão sobre os processos produtivos adotados. A busca de soluções para uma produção mais limpa é uma medida importante de eco eficiência que se tem mostrado benéfica para a empresa e para a comunidade, trazendo benefícios relevantes desde a economia de água,  energia, e matéria prima, até na receita marginal gerada pela comercialização de subprodutos. Assim, a empresa pode gerenciar o desperdício e identificar oportunidades que contribuam para a minimização da utilização de recursos naturais. Isto rompe paradigmas e proporciona uma nova forma de comportamento que será fundamental em negócios futuros, e concilia a atividade econômica com a preservação do meio ambiente. E isto é inovação.

O paradigma da sustentabilidade exige ação conjunta e coordenada dos cidadãos, das empresas e dos governos. Os investimentos em sustentabilidade trazem vantagens competitivas para as empresas, com ganhos financeiros. Para que as empresas obtenham um crescimento sustentável, e com resultados, precisam admitir que são ecossistemas que integram comunidades, sociedade, governo e meio ambiente. Que sejam imbuídas de cidadania, preocupadas com o meio ambiente e verificando, sempre, o que pode ser feito para contribuir com o crescimento sustentável do estado, do país e do mundo.


Plínio José Figueiredo Ferreira é Administrador pela UFBA e Pós-Graduado pela FGV-EAESP. Foi Executivo Administrativo e Financeiro em empresas industriais, comerciais e de serviços em São Paulo e na Bahia. Professor Universitário até 2006. Palestrante. Professor em Cursos de Educação Continuada e Extensão Universitária. Autor de artigos sobre Gestão Estratégica. Membro do Corpo de Especialistas (árbitros) da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem da Associação Comercial da Bahia. Sócio-Diretor da Habilitas Consultoria em Gestão Empresarial.



2 comentários:

  1. Ótima reflexão. Para que isso venha a tona, é necessário que esse conceito crie raízes para que perdure como forma de atitude. Os gestores em particular, com autonomia, são personagens importantes para criar esses arquétipos de ação conjunta, disseminando o saber pensar sobre. Os governos já concedem privilégios e incentivos para as empresas que pensam dessa forma.

    ResponderExcluir