Por Plínio José Figueiredo Ferreira
A sustentabilidade empresarial ou sustentabilidade corporativa está
relacionada a uma mentalidade, atitude ou estratégia que é ecologicamente
correta, economicamente viável e socialmente justa. John Elkington criou o
Triple Bottom Line da sustentabilidade – ética, responsabilidade social e
desempenho ambiental. A ideia é que o
sucesso e a saúde de uma organização não devem ser avaliadas somente por
medidas financeiras tradicionais, mas também por sua ética, responsabilidade social e seu desempenho
ambiental. A discussão sobre o
desenvolvimento sustentável do planeta está cada vez mais presente no dia-a-dia
de qualquer comunidade. Os modelos de desenvolvimento ainda adotados estão
sendo cada vez mais questionados pela sociedade.
Nas organizações, a sustentabilidade tornou-se uma vantagem competitiva
alcançada através de um modelo de gestão sustentável, que incentiva a
combinação de tecnologias ambientais com novas tecnologias de produção que
trazem um melhor desempenho empresarial. Para Luiz Carlos Cabrera, a empresa
para ser sustentável precisa ser economicamente viável, socialmente justa,
culturalmente aceita e ecologicamente correta. E diz ainda que sustentabilidade
é um conceito sistêmico.
Os conceitos e práticas de sustentabilidade não estão mais, e somente, fora
das organizações. As preocupações econômicas e as ecológicas não mais se opõem
necessariamente. Ao implantar políticas de sustentabilidade a organização
aumenta sua credibilidade e melhora sua imagem no mercado, bem como fica menos
exposta aos vários tipos de processos que impactam os seus custos e, consequentemente,
seu desempenho financeiro. O compromisso com a sustentabilidade se transforma
em um passo muito importante para a inovação, e pode ser uma oportunidade para
novos negócios. Entretanto, tem de estar inserido na cultura organizacional
para que os resultados esperados sejam alcançados, porque a empresa aumentará
sua vantagem competitiva e gerará lucros incrementais.
Em que pese existirem aspectos positivos na adoção das praticas de
sustentabilidade, há de se considerar três grandes obstáculos: investimentos
financeiros altos, cultura organizacional resistente a mudanças e a real
conexão entre as práticas de responsabilidade social e a performance
econômico-financeira.
A efetivação da sustentabilidade empresarial exige reflexão sobre os
processos produtivos adotados. A busca de soluções para uma produção mais limpa
é uma medida importante de eco eficiência que se tem mostrado benéfica para a
empresa e para a comunidade, trazendo benefícios relevantes desde a economia de
água, energia, e matéria prima, até na
receita marginal gerada pela comercialização de subprodutos. Assim, a empresa
pode gerenciar o desperdício e identificar oportunidades que contribuam para a
minimização da utilização de recursos naturais. Isto rompe paradigmas e
proporciona uma nova forma de comportamento que será fundamental em negócios
futuros, e concilia a atividade econômica com a preservação do meio ambiente. E
isto é inovação.
O paradigma da sustentabilidade exige ação conjunta e coordenada dos
cidadãos, das empresas e dos governos. Os investimentos em sustentabilidade
trazem vantagens competitivas para as empresas, com ganhos financeiros. Para
que as empresas obtenham um crescimento sustentável, e com resultados, precisam
admitir que são ecossistemas que integram comunidades, sociedade, governo e
meio ambiente. Que sejam imbuídas de cidadania, preocupadas com o meio ambiente
e verificando, sempre, o que pode ser feito para contribuir com o crescimento
sustentável do estado, do país e do mundo.
Plínio José
Figueiredo Ferreira
é Administrador pela UFBA e Pós-Graduado pela FGV-EAESP. Foi Executivo
Administrativo e Financeiro em empresas industriais, comerciais e de serviços
em São Paulo e na Bahia. Professor Universitário até 2006. Palestrante.
Professor em Cursos de Educação Continuada e Extensão Universitária. Autor de
artigos sobre Gestão Estratégica. Membro do Corpo de Especialistas (árbitros)
da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem da Associação Comercial da
Bahia. Sócio-Diretor da Habilitas Consultoria
em Gestão Empresarial.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÓtima reflexão. Para que isso venha a tona, é necessário que esse conceito crie raízes para que perdure como forma de atitude. Os gestores em particular, com autonomia, são personagens importantes para criar esses arquétipos de ação conjunta, disseminando o saber pensar sobre. Os governos já concedem privilégios e incentivos para as empresas que pensam dessa forma.
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