quarta-feira, 26 de março de 2014

BREVE REFLEXÃO: APRENDER O NOVO E DESAPRENDER O VELHO



Por Plínio José Figueiredo Ferreira

“O problema, tanto das organizações quanto dos profissionais, é ainda pensar fora de época”. Stephen Covey
                                                                                                                                     
Diante dos atuais desafios da gestão é essencial que encontremos novos princípios de raciocínio que abram caminhos inovadores para deixarmos de agir por hábito e ignorar as mudanças constantes que o mundo globalizado nos apresenta. Devemos exercitar a criatividade aprendendo o novo e desaprendendo o velho.

Muitos gestores admitem a existência do novo, mas insistem em querer aplicar técnicas novas usando um raciocínio antigo, usando um modelo ultrapassado de gestão. A tônica continua sendo a centralização, o que eu chamo de “administrar por desconfiança”. O velho modelo  chefe-subordinado. O velho jogo do poder. Estamos no século XXI, na chamada Era do Conhecimento, entretanto a forma de pensar continua baseada em modelos mentais antigos e em paradigmas do início da revolução industrial. Então, percebe-se uma crise na gestão pelo fato de haver um grande equívoco na abordagem dos problemas. Presume-se que todos os acontecimentos são fortuitos, e os fatores de risco são tratados como consequência. Os processos administrativos e operacionais são confusos e cheios de “gargalos”. Tendem a se tornar inoperantes porque se baseiam na vontade do gestor, o que ele quer, e não no que a empresa precisa.

Alguns gestores que ainda não desaprenderam o velho dão tratamento igual a diferentes, isto é, não interessa a especificidade das atividades; todas são iguais. É o uso do martelo para “pregar” pregos e também “apertar” parafusos.

Outros gestores que não desaprenderam o velho evitam fazer planejamento. Administram “por soluço”. Ignoram que planejar é, também, definir uma metodologia de trabalho que exige compartilhamento. Mas, os velhos paradigmas dizem que compartilhar é dividir, e dividir é perder poder, portanto continuam centralizando. Assim, a qualidade da gestão fica bastante comprometida, e os resultados esperados jamais são alcançados. Falta a visão de longo prazo.

Aprender o novo significa estar disposto a perceber a necessidade de ter pensamento sistêmico, isto é, pensar de forma integrada, pensar na relação de causa e efeito. Isto exige mudança de modelos mentais, e mudança de modelos mentais exige mudança de valores.

As práticas de gestão vivem em permanente embate. O choque entre a visão mecanicista e a visão sistêmica impede que se percebam as diferentes realidades como elas são. O conflito se inicia na definição da estrutura, que define os parâmetros de recrutamento, seleção e avaliação, e permanece nos códigos internos de ética ou de conduta.

Os modelos anacrônicos são a causa da miopia corporativa, cuja consequência é a incapacidade de reter talentos e na perda de competitividade, levando a empresa ao fracasso.

Prof. Adm. Plínio José Figueiredo Ferreira
Administrador pela UFBA e Pós-Graduado pela FGV-EAESP. Foi Executivo Administrativo e Financeiro em empresas industriais, comerciais e de serviços em São Paulo e na Bahia, Professor da Escola de Administração da Universidade Católica do Salvador, Facilitador do SEBRAE-SP no programa Saber Empreender. Tem atuado como consultor em projetos de planejamento estratégico. Palestrante. Professor em Cursos de Educação Continuada e Extensão Universitária. Autor de artigos sobre Gestão Estratégica. Membro do Corpo de Especialistas (árbitros) da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem da Associação Comercial da Bahia. Sócio-Diretor da Habilitas Consultoria em Gestão Empresarial. Coordenador Geral de Cursos no Ilex – Instituto Lex de Educação e Desenvolvimento.

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