Por Plínio José Figueiredo
Ferreira
“O
problema, tanto das organizações quanto dos profissionais, é ainda pensar fora
de época”. Stephen Covey
Diante dos atuais desafios
da gestão é essencial que encontremos novos princípios de raciocínio que abram
caminhos inovadores para deixarmos de agir por hábito e ignorar as mudanças
constantes que o mundo globalizado nos apresenta. Devemos exercitar a
criatividade aprendendo o novo e desaprendendo o velho.
Muitos gestores admitem a
existência do novo, mas insistem em querer aplicar técnicas novas usando um
raciocínio antigo, usando um modelo ultrapassado de gestão. A tônica continua
sendo a centralização, o que eu chamo de “administrar por desconfiança”. O
velho modelo chefe-subordinado. O velho
jogo do poder. Estamos no século XXI, na chamada Era do Conhecimento,
entretanto a forma de pensar continua baseada em modelos mentais antigos e em
paradigmas do início da revolução industrial. Então, percebe-se uma crise na
gestão pelo fato de haver um grande equívoco na abordagem dos problemas.
Presume-se que todos os acontecimentos são fortuitos, e os fatores de risco são
tratados como consequência. Os processos administrativos e operacionais são
confusos e cheios de “gargalos”. Tendem a se tornar inoperantes porque se
baseiam na vontade do gestor, o que ele quer, e não no que a empresa precisa.
Alguns gestores que ainda
não desaprenderam o velho dão tratamento igual a diferentes, isto é, não
interessa a especificidade das atividades; todas são iguais. É o uso do martelo
para “pregar” pregos e também “apertar” parafusos.
Outros gestores que não
desaprenderam o velho evitam fazer planejamento. Administram “por soluço”. Ignoram
que planejar é, também, definir uma metodologia de trabalho que exige
compartilhamento. Mas, os velhos paradigmas dizem que compartilhar é dividir, e
dividir é perder poder, portanto continuam centralizando. Assim, a qualidade da
gestão fica bastante comprometida, e os resultados esperados jamais são
alcançados. Falta a visão de longo prazo.
Aprender o novo significa
estar disposto a perceber a necessidade de ter pensamento sistêmico, isto é,
pensar de forma integrada, pensar na relação de causa e efeito. Isto exige
mudança de modelos mentais, e mudança de modelos mentais exige mudança de
valores.
As práticas de gestão vivem em permanente
embate. O choque entre a visão mecanicista e a visão sistêmica impede que se percebam
as diferentes realidades como elas são. O conflito se inicia na definição da
estrutura, que define os parâmetros de recrutamento, seleção e avaliação, e
permanece nos códigos internos de ética ou de conduta.
Os modelos anacrônicos são a
causa da miopia corporativa, cuja consequência é a incapacidade de reter
talentos e na perda de competitividade, levando a empresa ao fracasso.
Prof.
Adm. Plínio José Figueiredo Ferreira
Administrador pela
UFBA e Pós-Graduado pela FGV-EAESP. Foi Executivo Administrativo e Financeiro
em empresas industriais, comerciais e de serviços em São Paulo e na Bahia,
Professor da Escola de Administração da Universidade Católica do Salvador,
Facilitador do SEBRAE-SP no programa Saber Empreender. Tem atuado como
consultor em projetos de planejamento estratégico. Palestrante. Professor em
Cursos de Educação Continuada e Extensão Universitária. Autor de artigos sobre
Gestão Estratégica. Membro do Corpo de Especialistas (árbitros) da Câmara de
Conciliação, Mediação e Arbitragem da Associação Comercial da Bahia.
Sócio-Diretor da Habilitas Consultoria em Gestão Empresarial. Coordenador Geral
de Cursos no Ilex – Instituto Lex de Educação e Desenvolvimento.
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