quarta-feira, 27 de novembro de 2013

SEJA UM PROFISSIONAL SUSTENTÁVEL

Por Caio Lauer

Desenvolver uma carreira sustentável nos dias atuais é estar em sintonia com os valores éticos, as crenças e a missão da organização para a qual está trabalhando. Um profissional sustentável, além de eficiente, gera retornos quantitativos e, principalmente qualitativos para uma empresa.

Falar na relação de sustentabilidade entre profissional e empresa é pensar em uma troca justa e de desenvolvimento para ambos – a valorização de questões exclusivamente de salário e de benefícios ficou no passado. Hoje, o que um funcionário busca é a identificação com a causa da organização, a satisfação de conviver bem no dia a dia com os colegas, um bom clima organizacional para desempenhar as atividades, e que receba investimentos para o desenvolvimento de sua carreira.

De acordo com Nelson Vieira, Master Coach e palestrante motivacional, para ter uma carreira sustentável é preciso gostar do que faz, e o retorno financeiro será uma consequência do reconhecimento do mercado e do trabalho que executa com prazer. “Se uma pessoa faz o que não gosta, precisará de muito esforço para obter sucesso, o que pode acarretar doenças físicas e mentais, impactando diretamente na satisfação e na felicidade”, alerta.

Postura do profissional
Ética, respeito, espírito de equipe, cumplicidade e conhecimento técnico são alguns dos elementos que fazem com que um profissional tenha uma postura sustentável em relação à empresa onde atua. Esta conduta só é possível por meio do desenvolvimento das competências de cada um, alimentando colaboradores mais autoconfiantes, gerenciáveis por si próprios e com capacidade de atualização.

“Quando falamos em liderança sustentável, por exemplo, estamos citando o profissional que consegue desenvolver pessoas, transmite conhecimento, tudo isso atrelado aos objetivos da empresa”, explica Caroline Calaça, Diretora  da Development e especialista em Coaching Corporativo. Para a Diretora, planejar a carreira é uma premissa para ter uma vida profissional sustentável. “Quando o indivíduo tem uma noção de onde quer chegar, de tempos em tempos, faz com que o planejamento seja gradual. 
É importante estabelecer alguns marcos para que saiba quais serão as etapas fundamentais para chegar onde deseja”, indica Caroline.

Empresas e profissionais são organismos vivos, portanto, ter atitudes sustentáveis para a carreira e para os negócios é buscar o equilíbrio entre as pessoas e o contexto social.

Publicado no Portal Carreira & Sucesso. Publicação digital da Catho, em 22/11/2013.


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

BREVE REFLEXÃO SOBRE EMPREENDEDORISMO E SUSTENTABILIDADE


Por Plínio José Figueiredo Ferreira

As discussões sobre empreendedorismo e sobre sustentabilidade estão cada vez mais presentes no dia-a-dia dos indivíduos e das comunidades. Muito mais do que palavras ou conceitos, estes dois princípios devem fazer parte da filosofia de vida das pessoas e, por via de consequência, das organizações, estimulando atitudes, comportamentos, desafios e estratégias.

Empreendedorismo é a arte de realizar através da capacidade de transformar cada desafio em oportunidade. Empreendedor é aquele que pratica o empreendedorismo como forma de transformar a realidade participando efetivamente para mudar o status quo em benefício do bem estar individual e coletivo, presente e futuro, tomando ações inovadoras, sustentadas e sustentáveis.

Sustentabilidade, segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre, é a capacidade do ser humano de interagir com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras. O princípio da sustentabilidade deve ser aplicado nos empreendimentos (sustentabilidade empresarial), nas comunidades/cidades, e, por extensão, no planeta inteiro. Está intimamente ligada ao conceito de ecossistema.

O conceito de ecossistema começa no ser humano (nosso corpo físico é um ecossistema) como parte de um sistema maior que está, ou deve estar em permanente equilíbrio. Quando este equilíbrio é afetado ele será restaurado, obrigatoriamente, através da evolução ou de uma revolução. Para que não seja necessária a revolução, algumas ações “naturais” devem ser tomadas. Aí entram a educação empreendedora, o comportamento empreendedor e a atitude empreendedora.

Atualmente rotula-se como empreendedora aquela pessoa que “monta um negócio”, sai da informalidade e recolhe taxas e impostos aos cofres públicos. Incentiva-se o “empreendedor individual” a tomar financiamentos para expandir seu negócio.
Ainda falta, talvez, associar a educação empreendedora ao princípio da sustentabilidade; associar o empreendedorismo a uma estratégia ecologicamente correta, mas que seja economicamente viável e socialmente justa.
Ainda falta, talvez, difundir que sustentabilidade é um conceito sistêmico. As preocupações ecológicas devem ser vistas como oportunidade de negócios, utilizadas como vantagem competitiva, e que não se opõem às preocupações econômico-financeiras e de resultados. E aí está a arte de empreender.



Plínio José Figueiredo Ferreira é Administrador pela UFBA e Pós-Graduado pela FGV-EAESP. Foi Executivo Administrativo e Financeiro em empresas industriais, comerciais e de serviços em São Paulo e na Bahia. Professor Universitário até 2006. Palestrante. Professor em Cursos de Educação Continuada e Extensão Universitária. Autor de artigos sobre Gestão Estratégica. Membro do Corpo de Especialistas (árbitros) da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem da Associação Comercial da Bahia. Sócio-Diretor da Habilitas Consultoria em Gestão Empresarial. Coordenador Geral de Cursos no Ilex – Instituto Lex de Educação e Desenvolvimento. (plinio@habilitasconsult.com)

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

POR UMA NOVA EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO XXI

Por Gabriel Mario Rodrigues

A tela está se tornando a atividade planetária número um, frente às ciências, aos negócios, ao trabalho, ao estudo, às religiões e ao lazer. As pessoas vivem e morrem com telas à sua frente. (A. S. de Souza Galvão)

Assistimos hoje à discussão sobre o que é mais importante: ensino a distância ou ensino presencial? Para nós o que existe de fato é o ensino e a forma como é transmitido, seja presencial ou a distância. Mas há uma constatação importante na atualidade: tudo leva a crer que as duas modalidades de ensino serão ultrapassadas pelas ágeis, atraentes e modernas tecnologias de comunicação e pelas incríveis inovações metodológicas que possibilitam.

Nós nos aproximamos cada vez mais do rompimento completo com o sistema universitário tal como o conhecemos hoje. De acordo com Angel Pérez Gómez, professor da Universidade de Málaga, na Espanha, as escolas mudarão ou vão desaparecer em pouco tempo. Muito mais do que equipá-las com aparatos tecnológicos, ele sugere a reformulação total dos currículos e das metodologias de ensino, ao afirmar: “O mais importante é a pedagogia. Novas tecnologias com velhas pedagogias não funcionam. No meu país, as aulas de geografia ainda cobram os nomes dos rios que passam pelas capitais europeias. Se há necessidade de saber isso, vamos a uma enciclopédia digital. O desafio da escola atual é formar mentes que saibam pensar, orientar-se, tomar decisões e atuar”.

O grande problema, a nosso ver, é que as informações transmitidas nos cursos não colaboram para formar profissionais capazes de enfrentar os desafios de desenvolvimento do país. “Isto é um desperdício para a sociedade”, observa Tristan Mac Cowen, professor de Educação e Desenvolvimento da Universidade de Londres, estudioso, há mais de uma década, da evolução do sistema educacional brasileiro – “alguns cursos não aumentam a capacidade de inovação da economia, não impulsionam sua produtividade a acabam ajudando a perpetuar uma situação de desigualdade”. Aos poucos, segundo o especialista, estaria sendo consolidada uma espécie de sistema “dual”, por meio do qual cursos e universidades mais disputados – públicos e privados – continuariam a receber principalmente estudantes da elite, enquanto boa parte da população de baixa renda acabaria em faculdades de menor prestígio nas quais a experiência de aprendizagem seria bem diferente.

A propósito, nada melhor do que lembrar a pesquisa “O que leva um aluno a ter baixa aprendizagem?” realizada por Raulino Tramontin em faculdades de Brasília. Os resultados mostram a falta de formação básica do aluno e a desmotivação com o curso; o despreparo do professor; as metodologias inadequadas e o cansaço dos alunos que trabalham para enfrentar os horários noturnos. Além disso, ao lado de uma estrutura social destituída de valores, princípios e costumes, os alunos convivem com problemas familiares, financeiros, psicológicos o que lhes impede de sonhar e de desenvolver, com determinação, um projeto de vida.

A realidade confirma que a tecnologia informacional transformará o ensino em todas as suas fases e que o conteúdo adequado à pessoa certa, para consecução de um aprendizado condizente prevalecerá sempre. E o mais importante: para aliar os pré-requisitos de conteúdo certo, formato apropriado, meio adequado, objetivo pré-determinado e pessoa correta, os princípios da comunicação e do marketing precisarão ser observados, pois se tornarão vitais para o processo de ensino-aprendizagem.

Hoje, em plena era pós-gutemberguiana, praticamente toda a humanidade passa mais tempo de sua vida diante de uma tela do que ocupada em qualquer outra atividade de lazer, estudo ou trabalho. Não importa se a tela é de TV, vídeo, computador, tablet ou celular. Pela primeira vez, a informação pode ser distribuída ao consumidor, atingindo até mesmo os analfabetos, índios e outros grupos à margem da sociedade.

Assim, a mítica Era da Informação pode ser uma realidade em pouco tempo: homens informados vivendo integralmente seu potencial. E este é o papel da Nova Educação do século 21, livre de seus estreitos limites de confinamento, graças a chips processadores de informação cada vez mais poderosos.

Assim a conclusão nasce óbvia, clara e simples:

Ø  Aceitar o fato de que o mundo mudou e jamais será o mesmo;
Ø  Aproveitar as modernas ferramentas do marketing e da comunicação na construção da nova Escola do Século 21;
Ø  Admitir que a Educação não pode continuar repetindo seus modelos medievais e elitistas que a tornaram um dos maiores responsáveis pelo “quadro negro” atual;
Ø  Aceitar o fato irreversível de que a Educação deve mudar radicalmente e se tornar a locomotiva que rebocará os demais sistemas da Era da Informação.

Gabriel Mario Rodrigues é Presidente da ABMES e Secretário Executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular.


Publicado na ABMESeduca.com em 22/10/2013.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

DELEGAÇÃO DE TAREFAS versus AUTORITARISMO

Por Caio Lauer

A linha entre saber delegar tarefas e ser autoritário pode ser bastante tênue. Ter a habilidade de distribuir tarefas e projetos para a equipe é algo cada vez mais exigido dos gestores, e o universo corporativo está extinguindo, pouco a pouco, os chefes mandões.
Distribuir tarefas exige confiança e também consciência por parte do gestor, pois o liderado pode tomar ações e resolver questões com ideias diferentes e até melhores em determinadas situações. “O líder precisa ser um inspirador. Ele deve fazer com que a equipe acredite nos projetos desenvolvidos, pois desta forma o time se envolverá e vai atingir as metas em parceria”, pontua Luiz Wever, sócio da Odgers Berndtson, consultoria de seleção de altos executivos. De acordo com Wever, a liderança é composta por conhecimento técnico, capacidade de planejamento, comunicação e ética. “Estas características são utilizadas no mercado de trabalho para avaliar gestores e conseguem sintetizar bem os fundamentos de um bom líder”, explica.

Ambiente colaborativo
Ter um relacionamento saudável com o gestor é algo bastante valorizado. De acordo com a última Pesquisa dos Profissionais Brasileiros, realizada com 53.622 pessoas, ser reconhecido pelo líder e ter voz ativa com o mesmo estão entre os itens que mais motivam os profissionais.
As vantagens de um ambiente colaborativo e de confiança é promover mais agilidade nas ações – o gestor deixa de ser o gargalo nos processos. Se todas as decisões tiverem que passar pela aprovação do líder, o ritmo da entrega de resultados, muito provavelmente, será lento.
“É muito desmotivador para um subordinado ter que interromper seu trabalho para pedir a “benção” de seu chefe para tomar qualquer decisão. O profissional se sente como uma criança monitorada” aponta a sócia da Sisgen Consultoria, Maria Cristina Costa.

Cultura da organização
A cultura colaborativa e de participação depende primeiramente do alto escalão da empresa. Se o CEO não compactua com esta atmosfera, haverá ruídos na gestão da organização como um todo – o discurso não pode ser diferente da atitude do dia a dia.
“Um bom gestor deve ter consciência que não é o melhor entre as habilidades e competências necessárias na equipe, mas sim o profissional capacitado para delegar tarefas e saber quem são os membros mais capazes de executar determinados projetos”, comenta Luiz Wever.

A presença de um líder que saiba delegar tarefas e que dê autonomia é essencial, pois desta forma os membros da equipe aumentam suas oportunidades de crescimento dentro da empresa e no desenvolvimento profissional, além da satisfação pessoal, que hoje é algo fundamental.


Publicado no Portal Carreira & Sucesso. Publicação digital da Catho, em 11/10/2013.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A HORA DAS EMPRESAS

Por Nizan Guanaes

O crescimento do Brasil neste século está intimamente ligado ao crescimento de suas grandes empresas. Elas serão o melhor motor da economia, nossa fonte primária de tecnologia, inovação, produção, investimento, emprego, receita, exportação, líderes e empreendedores.
Este é o momento de as boas empresas brasileiras se transformarem em grandes empresas brasileiras. Depois da expansão do mercado interno e cativo, precisamos agora nutri-las com um ambiente de negócios melhor, que reduza custos e eleve a competitividade.
E, se a euforia com a emergência dos emergentes alguns anos atrás pode ter sido exagerada, o pessimismo atual também passou do ponto. Alguns fluxos são mais fortes do que conjunturas.
Transformações ocorridas em países como China, Índia, Turquia e Brasil não serão revertidas. Pelo contrário.
As empresas do Brasil e de outros emergentes que souberem usar essas novas dinâmicas, locais e globais, estarão prontas para dar o grande salto e levar junto os seus países.
Estudo divulgado neste mês pela reputada consultoria McKinsey é enfático ao vaticinar o fim da grande dominação do mercado global pelas grandes empresas dos países ricos.
Intitulado “Mundo Urbano: a Paisagem Mutante dos Negócios Globais”, o estudo da McKinsey Global Institute não deixa dúvidas de que a emergência dos emergentes está longe de acabar e será reforçada pela ascensão de suas empresas.
Cerca de 70% das sete mil novas empresas a atingir US$ 1 bilhão de faturamento ou mais de hoje até 2025 virão dos mercados emergentes, prevê a McKinsey. Com isso, 45% das 500 maiores corporações do mundo devem estar sediadas em países emergentes em uma dúzia de anos, ante 5% em 2000 e 25% hoje em dia. É verdade que muito desse crescimento empresarial ocorrerá na China. Mas, 330 cidades do mundo devem abrigar pela primeira vez a sede de uma empresa com faturamento superior a US$ 1 bilhão. Essa grande dispersão se dará também aqui.
O estudo cita Campinas e Santa Catarina como exemplos de regiões propícias ao surgimento dessas grandes empresas. E aponta a Embraer como exemplo de empresa brasileira que cresceu de modo formidável nos últimos anos em mercados emergentes e hoje vende produtos de ponta para várias regiões do planeta, da mesma forma como fizeram corporações japonesas e sul-coreanas na segunda metade do século 20.
Mas nada disso está garantido. Numa competição que é global e feroz, empresas e empreendedores brasileiros enfrentam velhos e novos problemas: uma carga tributária pesada e irracional; um ambiente de negócios cheio de dificuldades; uma força de trabalho carente de treinamento e educação; uma infraestrutura precária; custos exorbitantes.
Para aproveitar a nova paisagem que o estudo da McKinsey revela, precisaremos de muito trabalho e de muita energia para criar condições para as empresas crescerem e os empreendedores empreenderem. Estava no Fórum Econômico Global em Davos, em 2011, quando seu fundador, o visionário Klaus Schwab, viu a novidade: “As transferências de poder econômico e político do Ocidente para o Oriente, do Norte para o Sul, assim como a velocidade da inovação tecnológica criaram uma realidade completamente nova”, afirmou o alemão. Mas, se Davos é um termômetro, ele aponta para a necessidade de o Brasil se dar um choque de globalização. Isso significa não apenas estar mais presente em fóruns como o dos Alpes suíços, mas principalmente tomar medidas urgentes para aumentar a competitividade das empresas brasileiras e dar aos nossos empreendedores condições melhores para aplicar sua visão, sua capacidade de trabalho e entusiasmo.
Com as condições certas, os empreendedores e suas empresas transformarão comunidades e transformarão o Brasil. Uma grande nação se faz com grandes empresas.

Nizan Guanaes é Publicitário e Presidente do Grupo ABC.


Publicado no Jornal A Tarde de 15/10/2013.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

BLURRING: BRASILEIROS SÃO OS QUE MAIS MISTURAM VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL

Por Nathaly Bispo

Uma pesquisa realizada no final de setembro pelo Instituto Ipsos apontou que os brasileiros estão entre os que mais misturam a vida pessoal e profissional. O estudo mostrou que 74% dos brasileiros carregam seus computadores, smartphones e tablets durante as férias ou fins de semana, contra 47% dos britânicos ou 50% dos alemães.

Também foi apontado que 92% dos chineses e 83% dos brasileiros pensam que o “blurring”, termo em inglês que define a mistura entre vida profissional e pessoal, facilita o trabalho. Nos demais países, a opinião foi compartilhada por cerca de 70% dos pesquisados.

Para Christian Barbosa, especialista no Brasil em administração de tempo e produtividade e CEO da Triad OS, um dos fatores que contribui para as pessoas trabalharem por mais horas são as interrupções que derivam da falta de planejamento do profissional e ocasionam as horas extras. Além disso, outra postura comum é que o brasileiro costuma dar o seu famoso “jeitinho” até mesmo na hora de trabalhar, e muitos costumam deixar as tarefas para entregar na última hora.
“O trabalho é infinito, ele sempre vai estar lá com coisas novas, oportunidades e demandas inesperadas. Em compensação, nosso tempo é finito. Ou seja, se você não limitar seu trabalho ele vai roubar todo o tempo que você tem. São proporções totalmente díspares”, observa o especialista.

Como trabalhar de forma equilibrada

Segundo a consultora Roseli Penteado, o ideal é separar tempo para cada uma das atividades, e não misturá-las. O planejamento e as soluções criativas podem resolver este problema, mas é necessário que o profissional se conscientize de que todos possuem dificuldade em encontrar a conciliação entre as partes. “É importante também não aceitar esta dificuldade de separar sua vida pessoal da profissional como desculpa para deixar as coisas que você mais gosta de lado. O sucesso profissional não é a única prioridade da sua vida”, garante Roseli.

O especialista Christian Barbosa indica algumas ações que podem tornar as jornadas de trabalho versus pessoais mais proveitosas:

Coloque você na agenda. Crie compromissos e tarefas relacionadas a papéis e relacionamentos importantes da sua vida. Crie o papel EU S.A. e planeje ações que possam satisfazer o seu eu, coisas que você gosta e que vão fazer você se sentir bem e mais energizado. Comece se perguntando: o que eu quero fazer de importante para mim? Bloqueie um horário na sua agenda e faça uma reunião com você. Leve esse você S.A. para passear, ou assistir àquele filme, ouvir aquela música ou apenas escutar o que ele quer dizer de importante.

Limite seu horário de trabalho. Quando realmente queremos ou precisamos fazer algo sempre conseguimos sair no horário. Não é verdade? Assuma o compromisso de ser produtivo e eficaz nas horas de trabalho normais, para isso seja focado e organizado. Comece compreendendo que equilíbrio entre pessoal e profissional está relacionado a viver seu tempo com sabedoria. Se ficar tempo demais em uma determinada área da vida, outras áreas ficarão deficientes. Limite inclusive, msn, facebook, entre outros. Autodisciplina é fundamental para viver bem o tempo.

Escreva sua missão de vida. Quem tem um propósito na vida caminha com passos mais firmes, decididos e não perde tempo. A vida e o nosso tempo só começam a ter sentido quando temos uma direção a seguir. Quais são os seus sonhos? Não quer começar a vivê-los? Sempre há tempo de começar ou de recomeçar. Escrever dá forma aos nossos sonhos e permite que reflitamos sobre o que é verdadeiramente importante em nossa vida.

Escreva suas principais metas. Estabeleça metas claras tanto pessoais quanto profissionais. Isso ajuda a ter atividades mais pertinentes e ações focadas nos resultados. Indivíduos que possuem metas são mais produtivos e diminuem as circunstâncias indesejáveis. Mantenha suas metas escritas em algum lugar onde possa lê-las, de preferência, todos os dias. E não basta apenas escrevê-las e lê-las, crie ações para atingi-las e coloque em sua agenda.

Ache um hobby. Encontrar algo que gostamos muito de fazer nos dá mais disposição e energia para enfrentar o dia-a-dia. E, se conseguir, transforme seu hobby em sua profissão, ou sua profissão em seu hobby. É como o filósofo chinês Confúcio dizia: “Escolha um trabalho que você ama e nunca mais irá trabalhar na vida”. Se você ainda não escolheu um trabalho de amor ou que ame, comece escolhendo um hobby.

Primeiro você depois os outros. Quando você começa a realizar suas prioridades, alcançar suas metas e viver seu tempo focado no importante é incrível como sua disposição e energia aumentam. A verdade é que só conseguimos ajudar os outros de fato quando ajudamos primeiro a nós mesmos. Por isso, para ter mais tempo, comece fazendo coisas que você gosta e que trazem resultado. Assim terá mais tempo para viver os relacionamentos importantes em sua vida. E sua alegria e produtividade servirão de exemplo aos outros.

Equilibre seus quatro corpos. Algumas filosofias ensinam que temos quatro corpos. O corpo físico, o mental, o emocional e o espiritual. O que você tem feito para contemplar cada um desses aspectos do ser? Estabeleça um equilíbrio entre esses quatro corpos. Faça atividades que trarão saúde e bem estar relacionados a cada corpo. Dedique tempo para exercícios físicos, estar com pessoas amadas, estudar, rezar, meditar. Pense em cada corpo e em coisas que eles precisam que sejam feitas para eles. Agende e cumpra. Eles lhe recompensarão com muita energia e disposição.


Publicado no Portal Carreira & Sucesso. Publicação digital da Catho, em 11/10/2013.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

ENSAIO SOBRE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

Por Plínio José Figueiredo Ferreira

A sustentabilidade empresarial ou sustentabilidade corporativa está relacionada a uma mentalidade, atitude ou estratégia que é ecologicamente correta, economicamente viável e socialmente justa. John Elkington criou o Triple Bottom Line da sustentabilidade – ética, responsabilidade social e desempenho ambiental.  A ideia é que o sucesso e a saúde de uma organização não devem ser avaliadas somente por medidas financeiras tradicionais, mas também por sua ética,  responsabilidade social e seu desempenho ambiental.  A discussão sobre o desenvolvimento sustentável do planeta está cada vez mais presente no dia-a-dia de qualquer comunidade. Os modelos de desenvolvimento ainda adotados estão sendo cada vez mais questionados pela sociedade.

Nas organizações, a sustentabilidade tornou-se uma vantagem competitiva alcançada através de um modelo de gestão sustentável, que incentiva a combinação de tecnologias ambientais com novas tecnologias de produção que trazem um melhor desempenho empresarial. Para Luiz Carlos Cabrera, a empresa para ser sustentável precisa ser economicamente viável, socialmente justa, culturalmente aceita e ecologicamente correta. E diz ainda que sustentabilidade é um conceito sistêmico.

Os conceitos e práticas de sustentabilidade não estão mais, e somente, fora das organizações. As preocupações econômicas e as ecológicas não mais se opõem necessariamente. Ao implantar políticas de sustentabilidade a organização aumenta sua credibilidade e melhora sua imagem no mercado, bem como fica menos exposta aos vários tipos de processos que impactam os seus custos e, consequentemente, seu desempenho financeiro. O compromisso com a sustentabilidade se transforma em um passo muito importante para a inovação, e pode ser uma oportunidade para novos negócios. Entretanto, tem de estar inserido na cultura organizacional para que os resultados esperados sejam alcançados, porque a empresa aumentará sua vantagem competitiva e gerará lucros incrementais.

Em que pese existirem aspectos positivos na adoção das praticas de sustentabilidade, há de se considerar três grandes obstáculos: investimentos financeiros altos, cultura organizacional resistente a mudanças e a real conexão entre as práticas de responsabilidade social e a performance econômico-financeira.

A efetivação da sustentabilidade empresarial exige reflexão sobre os processos produtivos adotados. A busca de soluções para uma produção mais limpa é uma medida importante de eco eficiência que se tem mostrado benéfica para a empresa e para a comunidade, trazendo benefícios relevantes desde a economia de água,  energia, e matéria prima, até na receita marginal gerada pela comercialização de subprodutos. Assim, a empresa pode gerenciar o desperdício e identificar oportunidades que contribuam para a minimização da utilização de recursos naturais. Isto rompe paradigmas e proporciona uma nova forma de comportamento que será fundamental em negócios futuros, e concilia a atividade econômica com a preservação do meio ambiente. E isto é inovação.

O paradigma da sustentabilidade exige ação conjunta e coordenada dos cidadãos, das empresas e dos governos. Os investimentos em sustentabilidade trazem vantagens competitivas para as empresas, com ganhos financeiros. Para que as empresas obtenham um crescimento sustentável, e com resultados, precisam admitir que são ecossistemas que integram comunidades, sociedade, governo e meio ambiente. Que sejam imbuídas de cidadania, preocupadas com o meio ambiente e verificando, sempre, o que pode ser feito para contribuir com o crescimento sustentável do estado, do país e do mundo.


Plínio José Figueiredo Ferreira é Administrador pela UFBA e Pós-Graduado pela FGV-EAESP. Foi Executivo Administrativo e Financeiro em empresas industriais, comerciais e de serviços em São Paulo e na Bahia. Professor Universitário até 2006. Palestrante. Professor em Cursos de Educação Continuada e Extensão Universitária. Autor de artigos sobre Gestão Estratégica. Membro do Corpo de Especialistas (árbitros) da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem da Associação Comercial da Bahia. Sócio-Diretor da Habilitas Consultoria em Gestão Empresarial.



segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A IMPORTÂNCIA DO TUTOR

Por Daniel dos Santos

Quem faz um curso a distância se torna um aluno com necessidades bem diferentes daquelas de um estudante tradicional. Se, por um lado, ele conta com várias ferramentas tecnológicas que podem tornar o aprendizado mais dinâmico, por outro, o fato de poder muitas vezes "estudar na hora que quer, e do jeito que quiser", abre espaço para que o estudante menos organizado perca o ritmo e acabe sobrecarregado. Além disso, o fato de não estar em uma sala de aula presencial pode fazer com que muitos se sintam sós e desmotivados, levando à desistência.
Por conta disso, o papel do chamado tutor é fundamental para o sucesso de curso em sistema de EAD. Ele é o profissional que vai acompanhar a evolução do estudante, dando apoio tanto pedagógico como tecnológico. Em certos cursos, é o próprio professor que arca com essa responsabilidade.
Segundo a Abed, há várias nomenclaturas para esse profissional. Para algumas instituições, tutor é quem acompanha o curso e é especialista no conteúdo, podendo até ser seu autor. Em outras, o tutor é uma espécie de ajudante do professor. E, em alguns cursos, para o apoio do aluno há um profissional que pode ser chamado de mediador pedagógico, facilitador ou mesmo monitor.
Seja qual for o nome, é ele que vai estar sempre de olho no que o aluno tem feito, e conta com a tecnologia para auxilia-lo nessa tarefa. "Nos ambientes virtuais de aprendizado, o tutor conta com ferramentas que exibem relatórios detalhados sobre tudo o que o aluno fez ou deixou de fazer nos últimos dias", conta Romain Mallard, diretor da empresa Digitalsk, companhia que desenvolve no Brasil sistemas de gerenciamento do aprendizado.
"É possível que um aluno seja mais bem acompanhado em um curso a distância do que no estudo presencial", afirma Mallard.
Com essas informações na mão, cabe a esse profissional cobrar e estimular a presença do aluno, para que ele não se sinta desassistido e saiba que o curso é sério, e que exige disciplina.
Uma coisa é certa quando se trata de ensino a distância: em um bom curso você não se sentirá só.


Publicado no Guia de Educação a Distância 2013, Ano 10, No. 10.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

ENTENDA A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Por João Dias de Queiroz

Para surpresa de muitas pessoas, a educação a distância (EAD) já existe há muito tempo. Na verdade, ela funcionava inicialmente usando o correio convencional como meio de transporte de material – basicamente texto e figuras – entre o professor e o aluno.  Com a evolução das tecnologias de informação e comunicação (TIC), a possibilidade de interação entre professor e alunos se tornou muito mais ágil e eficiente, ampliando essa interação, na forma de colaboração, principalmente entre os próprios alunos envolvidos nesta dinâmica de aquisição e compartilhamento de conhecimento.
A partir desta concepção mais recente, podemos afirmar que educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem que utiliza as tecnologias de informação e comunicação para dar suporte à adequada convivência não presencial entre as pessoas envolvidas neste processo, viabilizando a interação e colaboração que levam à difusão e consequentemente, à aquisição de conhecimento. Neste novo cenário, o professor deixa de ser o canal único de comunicação, para ser o agente mediador no processo de construção do conhecimento entre os diversos atores. Vivemos tempos de fartura de informação, e o papel do professor é fundamental para que o grupo não perca o foco, e consiga ser objetivo e produtivo, chegando a resultados que, mesmo a partir de ritmos individuais diferentes, proporcionam benefícios concretos aos alunos.
Em um mundo cada vez mais exigente em termos de valorização de pessoas com novos conhecimentos e habilidades, e ao mesmo tempo repleto de restrições de mobilidade urbana, a EAD torna-se uma opção natural para quem precisa adquirir e reciclar conhecimentos, sem as restrições habituais e em ascensão de tempo e deslocamento.
Com a redução dos custos dos equipamentos de informática e a existência de serviços de Internet relativamente rápidos e não muito caros, o acesso a um curso na modalidade EAD hoje em dia torna-se plenamente viável, ao contrário do que acontecia alguns anos atrás. Além disso, a maioria dos cursos oferecidos nesta modalidade estão sendo disponibilizados para acesso em dispositivos móveis, o que facilita ainda mais a sua utilização.
Quanto à qualidade, os cursos oferecidos no modo EAD vêm tendo uma avaliação que em muitos casos supera a dos cursos presenciais, desmitificando uma antiga crença disseminada no ambiente educacional.
É importante salientar que o aluno de um curso feito à distância deve adotar algumas posturas que contribuirão para que possa ser bem sucedido. Em primeiro lugar, é preciso fazer uma boa gestão do tempo ao longo do curso, para que as atividades solicitadas sejam realizadas plenamente e no prazo estabelecido. Caso contrário, o aluno se sentirá desestimulado a concluir o curso, assustado com as pendências que crescem a cada dia, gerando uma sensação de impotência e  desânimo. Outra característica importante é a participação ativa nas atividades coletivas (fórum de discussões, por exemplo), de maneira que haja um equilíbrio entre as necessidades e habilidades individuais e as do grupo, de forma que todos saiam ganhando. Finalmente, o aluno deve se familiarizar com o ambiente de aprendizado on-line, para que possa participar de todas as atividades previstas sem maiores dificuldades.
João Dias de Queiroz é Graduado em Processamento de Dados pela UFBA e Mestre em Informática pela PUC-RJ. Doutorando no Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento – DMMDC, oferecido pela UFBA e outras instituições parceiras. Professor da Escola de Administração da UFBA. Vivência na área de Ciência da Computação com ênfase em Sistema de Informação, principalmente em tecnologia aplicada à educação, e-learning, EAD e gestão do conhecimento. Coordenador de e-learning no ILEX – Instituto Lex de Educação e Desenvolvimento.


quarta-feira, 3 de julho de 2013

O QUE FAZER EM 10 MINUTOS

Segundo o biólogo John Medina, esse é o tempo de que dispomos para conquistar o interesse de uma plateia. E ele ensina como aproveitá-lo realmente bem.

O que não falta por aí são “verdades” sobre o cérebro humano. Entre outras coisas, dizem, por exemplo, que usamos apenas 10% de seu potencial e que existem personalidades regidas pelo hemisfério direito e outras, pelo esquerdo.
Cansado de ouvir algumas dessas “verdades”, o biólogo molecular John Medina decidiu escrever o livro - Aumente o Poder de seu cérebro: 12 Regras para uma Vida Saudável, Ativa e Produtiva (ed. Sextante). Entre seus objetivos estava o de esclarecer o que se sabe e o que não se sabe sobre o cérebro.
Segundo Medina, pesquisador do funcionamento do cérebro há quase três décadas, ainda ignoramos muito sobre esse órgão. As condições que propiciam seu bom funcionamento são conhecidas, mas pouco se sabe sobre os detalhes da operação.
No livro, ele aponta alguns princípios aplicáveis ao mundo dos negócios, e destacamos a seguir os relativos à dinâmica das reuniões, que pode ser turbinada com alguns conselhos.

CONTRA O TÉDIO, PAUSA E HUMOR

A experiência cotidiana mostra que, durante uma reunião de trabalho, as pessoas tendem a ficar entediadas e a não prestar atenção ao que está sendo tratado. Por isso, bons resultados requerem três pontos-chave:

  1. O cérebro humano primeiro processa a informação mais importante, depois os detalhes. Ou seja, se o orador começar pelos detalhes, a plateia ficará dispersiva.
  2. No primeiro minuto da apresentação, os ouvintes já começam a se perguntar se continuarão prestando atenção. Como presenciamos no dia a dia, 90% das pessoas se aborrecem nas reuniões por falta de motivação e normalmente rejeitam o expositor, em especial se este usar PowerPoint. Como conquistar e manter a atenção? Aproveite os primeiros minutos para enfatizar o mais relevante, sem entrar em detalhes, e, aos 9 minutos e 59 segundos, faça uma pausa; nos próximos 10 minutos, outra. Haverá tempo de retornar aos temas centrais.
  3. O cérebro, em qualquer situação, automaticamente levanta várias interrogações, ligadas à possibilidade de uma ameaça e à necessidade de se defender, mas também elabora algumas questões relacionadas com os centros de prazer – os mesmos que usamos para rir. Portanto, segundo Medina, se você for capaz de contar uma boa piada ou ao menos uma história interessante, ativará as áreas do cérebro dos ouvintes que respondem bem ao humor e, assim, manterá a audiência atenta.

 CONTRA DISTRAÇÕES, PAUSA E RAPIDEZ

Deve-se proibir o uso de telefones e laptops durante uma reunião? Quem decide é o orador, mas vale a pena insistir em que nossa capacidade de prestar atenção não é contínua e tem limites. Mesmo quando fica focada no expositor, a maioria dos ouvintes, ao fazer anotações, não consegue entender o que está sendo dito: a estratégia adotada é anotar e depois voltar a ouvir. Agora, se a apresentação é entediante, a distração toma conta de todos. Na maior parte das vezes, como explica Medina, tudo depende de quem fala: se for convincente, claro, emotivo e deixar a plateia tomar fôlego a cada 10 minutos, todos desligarão o telefone e o computador para prestar atenção.
Um truque eficiente? Falar com rapidez suficiente para que o ouvinte pense: “Preciso prestar mais atenção ou vou perder o que está sendo dito”. Obviamente, a velocidade não pode chegar ao ponto de a mensagem ser ininteligível.



Publicado na Revista HSM Management nº 98 – Maio-Junho 2013

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

CICLO DE VIDA DAS ORGANIZAÇÕES VERSUS MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS


Por Arlindo Braga Senna

À semelhança dos seres vivos, as organizações têm ciclos de vida que vão do nascimento até a sua morte. A duração da cada um desses ciclos varia de uma para outra; algumas têm um crescimento acelerado e atingem a maturidade em pouco tempo, outras têm um crescimento mais longo, mas, em compensação, de um modo geral quando atingem à maturidade o fazem de maneira mais segura e mais duradoura. O que depois, se não ocorrerem mudanças de rumo que assegurem uma maior sobrevida, é o declínio e a morte.

O propósito deste texto não é, logicamente, esgotar possíveis discussões sobre cada ciclo, mas fazer uma introdução para que, eventualmente, os dirigentes de Organizações possam se debruçar sobre o tema e fazer uma análise situacional no aqui e agora de suas instituições com vistas a um exercício de prospecção sobre o futuro.

Abaixo apresentamos dois dos inúmeros modos de se analisar os ciclos de vida das organizações:




Modelo Funcional
1. Início
2. Sobrevivência
3. Crescimento
4. Expansão
5. Maturidade
6. Morte




Estágios de Desenvolvimento
1.    Nascimento 
2.    Crescimento 
3.    Maturação e institucionalização  
4.    Renovação



Após a renovação, há a repetição da maturação e institucionalização e também da renovação - geralmente em períodos menores - e, por fim, a estagnação e eventual morte.

Para ajudar no estabelecimento de uma linha de pensamento, ousamos apresentar alguns questionamentos para que, numa espécie de brainstorming, os dirigentes possam adotar um posicionamento em relação às Organizações e a seus eventuais problemas.
São eles:
Ø     O que somos?
Ø     Como somos?
Ø     O que queremos; estamos satisfeitos com o que temos ou onde estamos?
Ø     É imperiosa uma mudança no rumo e no negócio da instituição?
Ø     Se for necessária uma mudança, qual?
Ø     Estamos dispostos a ousar? A mudar de paradigmas?
Ø Em caso de mudança, estamos cientes e conscientes da necessidade de uma postura de pensamento e ação convergentes?

A grande maioria dos dirigentes de Organizações que chegam a atingir o ciclo da maturidade, não se dá conta de que a partir daí deve ser acesa a luz amarela que alerta para o perigo da acomodação, da tomada de decisões única e exclusivamente baseadas no usual modo de agir, que é o prenúncio da estagnação seguida de morte; o que é novo é perigoso, pensam muitos deles.

A semelhança das organizações com seres vivos, no que tange à duração de cada ciclo, deixa de existir; os períodos de cada ciclo que nos seres vivos são mais ou menos previsíveis, nas organizações não o são. A maturidade das organizações pode durar uma eternidade se for seguida de pequenos e eventuais ajustes de percurso necessários conforme o ambiente interno e externo de cada uma. As transições entre os ciclos não se dão de uma hora para outra; ocorrem paulatinamente e mais das vezes passam despercebidas aos olhos menos atentos daqueles diretamente envolvidos. Portadores que são de certa miopia organizacional, não “sentem” a necessidade de mudar evitando que a organização ingresse na fase cruel da deterioração e morte. Daí o papel importante de uma consultoria externa que pode detectar o que é necessário para uma mudança do paradigma organizacional em curso.

Quando os dirigentes não reconhecem a existência de patologias organizacionais e não se apercebem da necessidade de mudanças, a organização marcha, inexoravelmente, para o fim. Primeiro ocorrem os sintomas mais fortes no ambiente interno pelo enfraquecimento, nos funcionários, do senso de “pertencimento” que só persiste enquanto pensam em si mesmos como membros de uma coletividade na qual se identificam com valores, eliminam medos e potencializam aspirações.  Depois, os problemas se refletem no ambiente externo colocando em perigo o trato com parceiros já existentes e, por fim, inviabilizam a entrada de outros parceiros potenciais que se afastam pressentindo que “há algo de podre no reino da Dinamarca”.

Mudanças oriundas do meio ambiente podem ameaçar a sobrevivência dos seres vivos que possuem mecanismos capazes, dentro de certos limites, de manter suas células em condições adequadas à vida, mantendo um equilíbrio: a homeostasia do grego hómoios, "semelhante; igual" + stasis, "situação" (ou ficar parado) + ia. Quando isto ocorre nas organizações, o perigo é de que atitudes defensivas dos seus dirigentes se limitem à simples tomada de decisões corriqueiras pontuais como se estas fossem uma vacina capaz de impedir o progresso dessas mudanças indesejadas, impedindo, também, que outras de caráter inovador possam ser usadas para um melhor controle da situação.

Ao contrário da homeostasia, a entropia é uma medida do grau de desorganização que pode levar um sistema à falência (entropia negativa). Já no âmbito das organizações, ela significa “um sistema que não se adapta ao seu ambiente externo”.

No ser vivo a homeostasia pode ser perturbada, por um lado, pelo estresse, que é qualquer estímulo que cria um desequilíbrio no seu meio interno e pode, por outro, ter origem no meio externo na forma de estímulos tais como o calor, o frio ou falta de oxigênio. Nas organizações o desequilíbrio quando provém de fatores externos, pode vir pelo descrédito dos parceiros/clientes e pelo acirramento da concorrência que se aproveita das fraquezas do oponente para atuar de modo mais agressivo na busca por novos contratos. Sobrevém a perda das condições de competitividade.
A busca do equilíbrio muitas vezes, diria até quase sempre, demanda a tomada de decisões ousadas que possibilitem à organização evitar o “acomodamento” e, ao mesmo tempo, buscar o equilíbrio interno sem se descuidar das relações com o ambiente externo. Em suma, adotar ações inovadoras, investir no seu ativo humano, em novas tecnologias e na melhoria do clima organizacional como um todo.
Redução nos custos, simplesmente, nem sempre são uma solução plausível, pois pode significar um declínio de produtividade. Esse tipo de ação que na aparência pode vir revestida de uma pseudo eficiência, nem sempre se mostra eficaz e efetiva. Em geral quando há crise parte-se de pronto para demissão de pessoal. Para os chineses o ideograma crise tem também o sentido de oportunidade; para os ocidentais, pessimistas por excelência, crise é sempre associada a problemas.

Ao invés de demissão os gestores deveriam estar preocupados em encarar os gastos com pessoal, com prospecção de negócios e com a busca de novos parceiros externos, como investimentos que o são na realidade.

Arlindo Braga Senna é Administrador pela Escola de Administração da UFBA
Mestre em Administração de Empresas pela Michigan State University
Professor aposentado da Escola de Administração da UFBA
Consultor de Empresas


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A CULPA É SEMPRE DOS OUTROS?


Por Fernando Belatto

Responsabilizar-se pelos próprios atos ajuda a se conhecer melhor.

“É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro”, já dizia Raul Seixas na sua música “Por quem os sinos dobram”. E, de fato, não podemos negar que realmente é muito fácil colocarmos a culpa em alguém ou em alguma coisa pelas situações (principalmente as desagradáveis) que acontecem em nossas vidas.
Colocar a responsabilidade em alguma coisa externa, que está fora, nos traz um alívio momentâneo. Mas será que este alívio nos traz crescimento? E você acha que vale mais a pena um alívio momentâneo ou de fato progredir no caminho evolutivo de consciência?
A autoresponsabilidade, por mais desafiante que seja, tem a força de nos trazer a semente do desenvolvimento. Afinal, é praticamente impossível alcançarmos a evolução sem nos responsabilizarmos pelos nossos atos. É preciso aceitar e se responsabilizar pelos desafios do nível presente onde nos encontramos.

ENCARE AS SITUAÇÕES COMO UM JOGO

Para facilitar, vamos imaginar um jogo no qual precisamos andar de casa em casa até chegarmos ao final (o qual é representado pela própria energia do amor e da harmonia constantes em nossas vidas). Nesse jogo, cada casa representa um nível de consciência e a regra diz que a única forma de sairmos de uma casa e progredirmos para a próxima é absorvendo o aprendizado da casa que nos encontramos, integrando a consciência deste nível. Assim, caminharemos de passo em passo até a meta final, ou seja, a libertação!
Por exemplo, podemos imaginar que o momento da vida que estamos passando nos exige aceitação. Isso significa que enquanto não desenvolvermos essa aceitação, iremos continuar “sofrendo” no duro aprendizado. A partir do momento em que aceitarmos, conseguiremos então dar um passo a frente no jogo e em nossa jornada evolutiva.
Visualizando esse jogo e fazendo uma relação com a nossa vida, podemos entender que as situações acontecem para nos mostrar em que casa/nível de consciência estamos. Se formos mais a fundo um pouco, poderemos perceber que algumas situações só se repetem em nossas vidas quando ainda não aprendemos de fato o que elas têm para nos ensinar. Quando esse aprendizado é assimilado, que maravilha! Avançamos uma casa e podemos então progredir um nível a mais na jornada do amor ou da harmonia.
A autoresponsabilidade é uma chave poderosa para andarmos um passo neste jogo, pois ela traz consigo a verdade. Só quando assumimos onde estamos e passamos o que devemos passar é que a integração pode acontecer. Enquanto nossos medos, vergonhas e culpas nos afastarem daquilo que a vida tem para ensinar, será muito difícil progredirmos no caminho do amor.

AUTORESPONSABILIDADE GERA TRANSFORMAÇÃO

Sem essa chave mestra é impossível progredirmos, pois existirá sempre uma distração, uma propensão a culpar algo ou alguém que está fora. A autoresponsabilidade permite que a gente fique focado, traz consigo a semente da maturidade. E só assim conseguimos olhar para o nosso próprio umbigo e encarar a “sombra” de forma íntegra, assumindo as nossas imperfeições.
Cada dificuldade traz em si a semente do desenvolvimento e cabe a nós achar essa semente. Para começarmos essa busca é necessária a autoresponsabilidade, pois dela brotará a vontade de mudança. Tendo a vontade desperta, uma gama de virtudes começa a vir à tona: paciência, determinação, equilíbrio, fé, justiça, entre outras.
A autoresponsabilidade lhe traz a real possibilidade de transformação, pois você aceita o que bate na sua porta. E é olhando de frente para as situações que conseguiremos mudar os velhos padrões por novos, virtuosos e bons hábitos.
Bendita seja a virtude da autoresponsabilidade. Que ela possa despertar em cada um de nós.

Fernando Belatto é professor de artes marciais e criador do método “O Despertar do Guerreiro Interno”, que ajuda as pessoas a se conectar com o coração, por meio do desenvolvimento de suas virtudes.

Publicado no Newsletter Personare em 09/01/2013.