O NOVO PAPEL DO RH
Há algum tempo, li uma matéria que abordava o novo perfil do RH. Dizia que a área de Recursos Humanos deveria estar preocupada com o papel social da empresa e, para tanto, haveria de estar atenta a coisas como a espiritualidade, e trazê-la para dentro das organizações.
Em épocas, nem tão remotas, surgiu a figura do Chefe como aquele ser que, a exemplo de Deus, era o melhor, o mais sábio e liderava seus comandados nas batalhas (era o comandante dos exércitos). Aos poucos, aquela liderança, movida por um ideal, foi dando lugar ao comando, puro e simples, com base, tão somente na autoridade autocrática; os outros faziam o que o rei (agora, rei) mandava porque ele era investido de poder divino (feudos, castas, brasões, etc.). Deve ter sido nesta época que surgiu a máxima muito utilizada no exército (e eu estudei no Colégio Militar!) – “o superior nunca erra, ele se engana; por culpa do subordinado”. Assim, a visão mecanicista foi se difundindo e, até hoje, continua sendo a tônica de muita empresa por aí afora e de muitíssimas outras neste meu Brasil varonil!
Mas, alguém, felizmente com credibilidade, voltou a falar (no campo do comportamento humano, muitas coisas vêm sendo redescobertas) na necessidade de haver respeito entre as pessoas que trabalham em uma organização. Ética, diálogo, visão Holística, responsabilidade social, valorização dos “recursos humanos” tiveram como conseqüência a redescoberta de que o ser humano, embora chamado de recurso, é o principal agente de uma organização e que ele, em que pese ser comparado a uma máquina, PENSA, é mutável e transmutável, porque é energia e, assim sendo, reage às mudanças energéticas do ambiente em que vive como autor e ator.
Uma inquestionável realidade é que o ser humano não pode, não deve e não quer ser visto como uma engrenagem da máquina (vocês lembram-se do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin?), cujo combustível é o salário e somente o salário. Ele precisa de algum aditivo, de algum “plus”; uns mais outros menos. Ele precisa estar motivado para agir e a sua motivação e as suas reações serão diretamente proporcionais ao sentimento de ser tratado como ser humano também espiritual (stricto sensu) e forma de energia, condensada e radiante, como diria Einstein.
O novo papel do RH do 3º milênio é estar preocupado com a integração do funcionário, fazendo-o sentir-se engajado na busca de um sentido, de um propósito, de valores pessoais, de sabedoria, de meios para expressar suas competências, do constante aprendizado sobre seus parceiros e semelhantes, do exercício de resolver problemas, entre outras coisas mais importantes do que o simples treinamento (ensinar a apertar parafuso!), para desenvolver o trabalho braçal, ao invés do mental.
Alguns podem achar este texto, puro delírio, mas é só querer enxergar que a necessidade de mudar é necessária e urgente; é só querer acompanhar a rapidez das mudanças e não ter medo de mudar – “quem sabe faz a hora, não espera o acontecer”.
É admitir que a terra é redonda. Quem não acreditar que a terra é redonda deve, no mínimo, admitir que ela gira.
Portanto, ter a espiritualidade na empresa não é nada sobrenatural; faz parte dos novos modelos que remontam milênios. É só utilizá-los com uma visão humana (ou espiritual).
Escrito por Plínio José Figueiredo Ferreira
Concordo com tudo que escreveu, amigo. E friso a importância da ética, também nas corporações. Lucro é vital, mas só se obtem sucesso efetivo com a ética entre colegas/pares. O cliente percebe muito bem, a falta de ética. E normalmente, não admite isso: pensa que se isso existe entre próximos, o que não será feito dele?
ResponderExcluirPor isso, ética "faz vender".
ABRAÇÃO!