Já ouvi muitos empresários dizerem que não vendiam porque não tinham dinheiro para comprar matéria prima ou mercadoria. Outros tantos executivos diziam que, como tinham caixa e lugar para armazenar, melhor ter o material em casa.
Aos primeiros, minha sugestão é inverter a frase, sem fazer jogo de palavras, e interpretá-la dentro da seguinte ótica: a empresa não tem dinheiro para comprar matéria prima ou mercadoria, justamente, porque não compra matéria prima ou mercadoria.
A sugestão aos segundos virá após algumas considerações:
Manter estoque em excesso e/ou desnecessariamente é um pecado extremamente mortal, haja vista o volume de dinheiro investido, não somente na mercadoria em si, mas também no local para armazenagem. Área de armazém é custo. É aqui que se encontra a maioria dos custos ocultos e grande parte dos custos de oportunidade;
Antes de comprar, deve-se verificar o nível do estoque existente e um importante indicador financeiro: o índice de rotação de estoques e de preferência tê-lo por item de estoque. Importante, também, é determinar os níveis mínimos e de segurança para evitar falta ou excesso das matérias primas necessárias, bem como sua utilização no tempo, isto é, fazer a famosa curva ABC;
A imobilização em estoques afeta, sobremaneira, a liquidez da empresa e isto pode ser verificado quando há uma diferença muito grande entre o índice de liquidez corrente e o índice de liquidez seca (aquele que é calculado subtraindo-se os estoques do realizável);
Atentar para o fato que as matérias primas com especificações particulares para a empresa, dificilmente poderão ser transformadas em dinheiro para pagar compromissos porque não servirão para outra, mesmo aquelas de setor similar;
Com relação aos estoques de produtos acabados, a empresa deve definir sua política de produção (PCP) no que se refere a produzir para estocar e/ou fabricar para vender, de acordo com a demanda de mercado. Isto irá regular o estoque das matérias primas e, conseqüentemente, o tempo das compras;
A gestão de estoques é causa e conseqüência do gerenciamento integrado do Fluxo de Caixa, das Vendas e das Compras, que, em sentido amplo, significa gerenciar estrategicamente para, no mínimo, preservar a sobrevivência da empresa, obrigação de todos os administradores em todos os níveis.
As considerações acima são as sugestões para os integrantes do segundo grupo. A sugestão para todos é que, pelo menos reflitam sobre este assunto.
Escrito por Plínio José Figueiredo Ferreira
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