quinta-feira, 18 de novembro de 2010

GERENCIANDO ESTRATEGICAMENTE OS ESTOQUES NAS PEQUENAS ORGANIZAÇÕES


Já ouvi muitos empresários dizerem que não vendiam porque não tinham dinheiro para comprar matéria prima ou mercadoria. Outros tantos executivos diziam que, como tinham caixa e lugar para armazenar, melhor ter o material em casa.

Aos primeiros, minha sugestão é inverter a frase, sem fazer jogo de palavras, e interpretá-la dentro da seguinte ótica: a empresa não tem dinheiro para comprar matéria prima ou mercadoria, justamente, porque não compra matéria prima ou mercadoria.

A sugestão aos segundos virá após algumas considerações:

Manter estoque em excesso e/ou desnecessariamente é um pecado extremamente mortal, haja vista o volume de dinheiro investido, não somente na mercadoria em si, mas também no local para armazenagem. Área de armazém é custo. É aqui que se encontra a maioria dos custos ocultos e grande parte dos custos de oportunidade;

Antes de comprar, deve-se verificar o nível do estoque existente e um importante indicador financeiro: o índice de rotação de estoques e de preferência tê-lo por item de estoque. Importante, também, é determinar os níveis mínimos e de segurança para evitar falta ou excesso das matérias primas necessárias, bem como sua utilização no tempo, isto é, fazer a famosa curva ABC;

A imobilização em estoques afeta, sobremaneira, a liquidez da empresa e isto pode ser verificado quando há uma diferença muito grande entre o índice de liquidez corrente e o índice de liquidez seca (aquele que é calculado subtraindo-se os estoques do realizável);

Atentar para o fato que as matérias primas com especificações particulares para a empresa, dificilmente poderão ser transformadas em dinheiro para pagar compromissos porque não servirão para outra, mesmo aquelas de setor similar;

Com relação aos estoques de produtos acabados, a empresa deve definir sua política de produção (PCP) no que se refere a produzir para estocar e/ou fabricar para vender, de acordo com a demanda de mercado. Isto irá regular o estoque das matérias primas e, conseqüentemente, o tempo das compras;

A gestão de estoques é causa e conseqüência do gerenciamento integrado do Fluxo de Caixa, das Vendas e das Compras, que, em sentido amplo, significa gerenciar estrategicamente para, no mínimo, preservar a sobrevivência da empresa, obrigação de todos os administradores em todos os níveis.

As considerações acima são as sugestões para os integrantes do segundo grupo. A sugestão para todos é que, pelo menos reflitam sobre este assunto.

Escrito por Plínio José Figueiredo Ferreira

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