Desde que as modernas técnicas de administração introduziram o conceito de Gestão por Processo, muitos vêem se utilizando daquele conceito de forma “conveniente”, sem saber na verdade o próprio conceito de processo. Poderíamos dizer que eles “ouviram o galo cantar, mas não sabem aonde” (e jamais irão ficar sabendo).
Também, muita gente acha que a gestão por processo substitui e “apaga” a estrutura hierárquica e, com essa visão, se utilizam, freqüentemente, do “by pass”. Grande engano.
As áreas funcionais continuarão a existir, por motivo muito simples: elas existem dentro de cada processo e há necessidade de uma liderança formal para validar e consubstanciar as decisões da equipe. Continuarão a existir porque a Gestão se dá dentro das áreas e o processo se dá entre áreas e níveis.
O que precisamos, urgentemente, assimilar é que uma empresa é um organismo vivo e, portanto, o que a faz funcionar são os seus sistemas e cada sistema é um conjunto de processos integrados; Se os processos estão adequados a gestão está sendo eficiente; se os resultados estão sendo alcançados e a gestão está sendo eficaz.
Façamos uma analogia com o corpo humano, e isto é bem entendido pelos profissionais das ciências médicas e farmacêuticas.
O corpo humano é um macro sistema em perfeito equilíbrio, por princípio, que por seu turno é composto de vários sistemas (nervoso, respiratório, digestivo, locomotor, etc.) e cada um deles tem seus processos de e para funcionamento eficiente. Se em alguma etapa do processo existe algum gargalo (mau funcionamento), o sistema está sendo prejudicado e necessita de tratamento. A eficácia é medida pelo grau de saúde do indivíduo.
Por outro lado, existe uma estreita relação entre os sistemas que, em conjunto, formam outros sistemas (cardio-respiratório, por exemplo) e os processos de um influenciam os processos do outro e vice versa. A relação é multiunívoca e dinâmica e o equilíbrio do macro sistema é dado pela integração dos sistemas que o compõem e, por via de conseqüência, de todos os processos. E quem comanda aquele equilíbrio é a mente, o cérebro.
Na empresa é o “head”, o gerente, o administrador, o gestor, aquele que decide. E a empresa como organismo vivo precisa ser vista de maneira Holística. O dirigente precisa ter visão sistêmica, priorizar e identificar o mau funcionamento de todos os sistemas, desmistificar os poderes de eventuais feudos e fazer com que haja o equilíbrio. Assim o macro sistema estará saudável e trabalhará para a razão de ser da organização, tornando-a lucrativa sob todos os aspectos.
Está na hora de MUDAR. O estilo paternalista e umbilical deve desaparecer. E aqueles que não quiserem mudar a maneira de pensar, que pelo menos pensem em mudar o jeito de enxergar a empresa e o mundo.
Afinal de contas estamos em pleno século XXI, embora ainda tenha gente que continua afirmando que a terra não é redonda.
Mas como disse Galileo Galilei: “Mas que ela gira, gira”!
Escrito por Plínio José Figueiredo Ferreira
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