terça-feira, 28 de setembro de 2010

POSSO IR BATER O CHANTILY?

No trabalho como consultora, Maria Aparecida Rhein Schirato presenciou histórias que beiram o surreal. Quando a história envolve a demissão de uma pessoa que dedicou “a vida” à empresa a coisa assume proporções assustadoras.
Veja os exemplos:

Um confeiteiro, que trabalhava há mais de vinte anos em uma organização, foi chamado ao departamento de pessoal e comunicado de sua demissão. Após ouvir que estava demitido, ele disse tudo bem e perguntou se poderia voltar ao trabalho, pois precisava bater o chantily. O gerente de RH disse que ele não precisaria mais fazer aquilo, que poderia ir embora para casa. Ele argumentou que era o único que sabia exatamente qual o ponto do chantily que o presidente da empresa gostava e que precisava preparar o creme, pois estava na hora do café.

Um outro caso também surpreende pelo inusitado. Um ex-funcionário de uma empresa continua indo todos os dias ao ex-trabalho no período da manhã. Acompanhado pelo segurança, se dirige ao departamento no qual dava expediente. Ao chegar á sala, pega o jornal e se dirige ao banheiro. Explicação:
Ele não é capaz de fazer suas necessidades fisiológicas em outro banheiro que não seja o da empresa.

Outra história que surpreende é a de um rapaz que, mesmo demitido, deixou a mulher dando a luz a gêmeos no hospital, numa situação complicadíssima, pois acabara de ter uma idéia que poderia salvar a empresa e precisava falar com o diretor financeiro. Ele não conseguiu a audiência.

Um outro funcionário, após 19 anos de trabalho, pediu ao juiz, durante a homologação, se poderia levar a cadeira do escritório para sua casa, pois não seria capaz de sentar em outra. O juiz concedeu.

Também é comum que funcionários peçam para continuar trabalhando, mesmo sem receber nada ou que, mesmo durante férias em outros países, liguem todos os dias para a companhia, acordando no meio da madrugada por causa do fuso horário e enfrentando uma série de dificuldades.

Casos como esses, é verdade, são extremos, mas mostram que a relação afetiva imaginária entre o trabalhador e a organização pode atingir níveis doentios.

(Extraído do ADMINISTRADOR PROFISSIONAL Órgão Informativo dos Administradores Profissionais de São Paulo)

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