Do ponto de vista médico-clínico, deficiente mental é todo ser humano que apresenta alguma irregularidade no aspecto comportamental, por problemas neurológicos ou fisiológicos, e que deve ser tratado através de terapia e/ou com ajuda de medicamentos. O apoio àquele indivíduo é um trabalho que vem ganhando força, e os resultados obtidos, no que tange à (re) inserção no mercado de trabalho e na sociedade, já são palpáveis, mas ainda pouco reconhecido e divulgado.
Como não sou da área médica, meus comentários param por aqui.
Entretanto, quero refletir sobre aqueles deficientes, não por problemas neurológicos, cuja doença é a recusa em utilizar sua capacidade de pensar, em utilizar sua capacidade de reconhecer mudanças no e do mundo, em admitir as mudanças nos parâmetros de julgamento e análise, em utilizar sua capacidade de questionar. A estes denomino de deficientes organizacionais. E as organizações estão cheias deles, em maior ou menor grau.
Os deficientes organizacionais têm medo do novo, têm horror a qualquer tipo de mudança, abominam as pessoas que questionam, mantém seus dogmas e morrem com eles. As organizações geridas por eles também morrem porque deixam de aproveitar as oportunidades que o mercado oferece, e não conseguem reter os verdadeiros talentos (inovadores).
O apoio a ser dado àqueles indivíduos deve constituir-se em um trabalho de reciclagem profissional através da reeducação, da capacitação e da informação que está inserido em um contexto, em um macrocosmo. Contudo, existem muitos cujo trabalho inicial é fazê-los enxergar que existe vida inteligente fora das paredes do seu habitat funcional, fazê-los acreditar que a terra é redonda. Se não for possível, pelo menos convencê-los que ela gira.
Persistindo os sintomas, o único caminho é a demissão, porque a doença é contagiosa e de rápida disseminação, e a hipótese de (re) inserção é improvável.
Em caso contrário, o indivíduo poderá ser reinserido e trará benefício para a comunidade empresarial e mental.
Escrito por Plínio José Figueiredo Ferreira
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